Existe muita profundidade de sentimento neste capítulo. Três personagens estão em constante conversação. Isaías fala aos justos deixados em Judá (v. 1-3), Deus fala com ternura ao Seu povo (v. 4-8) e Judá fala de volta a Deus (v. 9-10). Então Isaías repete a promessa do retorno dos exilados (v. 11), Deus fala a Judá novamente (v. 12-16), especificamente, a Jerusalém (v. 17-20) e, finalmente, Isaías fala aos aflitos e desencorajados (v. 21-23).
Aqui, também encontramos dois exemplos de vocativos duplos. O que é isso? Na Bíblia, um vocativo duplo é um sinal de profunda emoção e preocupação, como "Marta, Marta ..." (Lucas 10:41), ou "Simão, Simão" (Lucas 22:31). Quando os justos em Judá apelam a Deus, eles gritam: Desperta! Desperta! Veste de força, o teu braço, ó Senhor; acorda, como em dias passados" (v.9 NVI). Foi Deus quem, no passado, abateu o Egito (v. 9 ARA) e feriu o dragão (Satanás). No verso 17, é Deus quem responde a Jerusalém: "Desperta, desperta! Levanta-te, ó Jerusalém" (ARA). Ele reconhece a dor que no futuro infligiria ao Seu povo através do poder da Babilônia, levando a eles a "ruína e destruição, fome e espada" (v.19 NVI), com a profanação do templo e o incêndio da cidade.
Deus encerra, então, esta descrição dolorosa com uma nota de esperança. É o próprio Senhor "que defende o seu povo" (v. 22) e retribuirá ao inimigos o sofrimento causado ao Seu povo (v. 22 e 23). O capítulo salienta aqui dois atributos maravilhosos de Deus: Sua justiça e Sua salvação (v. 5-6).
Que Deus extraordinário nós servimos! Ele estaria em seu direito se nos deixasse colher as conseqüências de nossas ações, sem dar nenhuma explicação. No entanto, ele se inclina até nós para nos ajudar a entender a causa de nossa doença e as razões de Suas ações. Ele deixa claro que preferiria evitar ministrar a nós remédio tão amargo, pois Ele é um Pai terno que se condói com o sofrimento de seus filhos. Mas Ele está mais interessado em que saremos da doença – não importa o custo ou a dor – a continuarmos no pecado e, assim, acabarmos perdidos para sempre.
Ao vermos o imenso interesse de Deus para que abandonemos tudo aquilo que nos prejudica, tomemos a firme decisão de seguir o exemplo de Abraão, nosso pai na fé (v.2). Ele saiu da Babilônia, respondendo ao chamado de Deus para se dedicar a Ele. Nós também, pela graça de Deus, precisamos sair da nossa Babilônia de pecado, dúvida, indolência, entretenimento e auto-indulgência e seguir este maravilhoso Deus até o fim. Amém.
Ron E M Clouzet
Seminário da Universidade Andrews, EUA
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/isa/51/
Traduzido por JAQ/JDS
Texto bíblico: Isaías 51
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