terça-feira, 31 de março de 2015

II Coríntios 1

II Coríntios 1 - Comentários selecionados:

Quando Paulo escreveu sua segunda carta aos coríntios aparentemente já fazia algum tempo que ele não via estes irmãos em Cristo. Apesar do apóstolo se sentir confortável o suficiente para repreendê-los por alguns problemas e para solicitar donativos aos crentes judeus em Israel (1Co 16:1-4), algo claramente havia mudado. Parece que um conflito eclodira tendo a ver com a mudança de planos de Paulo de voltar a vê-los (2Co 1:23; 2:1; 7:12).

Algum tempo depois de Paulo visitar Corinto, ele escreveu outra carta, marcada com lágrimas, sobre sua dolorosa visita (2Co 2:3-4). Infelizmente esta "carta de lágrimas" não está disponível a nós hoje. Ao tempo em que Paulo escreveu II Coríntios, ele havia deixado a Ásia Menor para visitar a Macedônia (2Co 2:13), onde recebeu um relatório de Tito, informando que eles tinham recebido bem esta "carta de lágrimas", o que muito encorajou o apóstolo (2Co 7:5-16).

Assim, faz sentido que no início desta segunda epístola o apóstolo Paulo explique por que ele mudou seus planos de viagem (2Co 1:15-20). Ele inicia com as confortantes palavras de que Deus estará com eles em meio aos seus problemas (1:3-11). Estas palavras permanecem tão relevantes hoje quanto naquela época. Hoje nós procuramos conforto por meio de Cristo, porque "como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação" (v. 5, NVI).

A Bíblia não nos promete que não teremos provações e sofrimentos, mas que, em vez disso, encontraremos conforto durante tais momentos por meio de Jesus Cristo. E como irmãos na fé, temos a oportunidade de reconhecer aqueles que nos rodeiam, que são parceiros no sofrimento, bem como parceiros no conforto (v. 7).

No campus onde leciono recentemente perdemos um jovem na flor da vida (ele tinha apenas 23 anos de idade!). Existem momentos na vida em que nossos medos vem à tona. Em momentos assim, como o apóstolo Paulo, achamos que não iremos sobreviver (v. 8). No entanto, somos um povo de esperança, porque é Jesus Cristo, Quem nos resgata de um pior "perigo de morte" (v. 12, NVI), o afastamento de Deus provocado pelo pecado. Esse resgate só foi possível através da morte de Jesus Cristo na cruz. Enquanto isso, diz Paulo, somos gratos pelas muitas orações pelo nosso ministério de sofrimento (v. 11). A oração não evita o sofrimento, mas nos dá forças para suportá-lo. Acima de tudo, devemos ser gratos pelo precioso dom da salvação através de Jesus Cristo.


Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados
Filipinas



Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/2co/1/

Traduzido por JAQ/JDS

Texto bíblico: II Coríntios 1 

Comentários em áudio 

II Corintios 1 - Comentários selecionados

Apóstolo. Do gr. apóstolos (ver com. de M c 3:14; At 1:2). Paulo recebeu sua missão diretamente de Jesus Cristo (At 26:16, 17; cf. Gl 1:11, 12). Ele era um embaixador de Cristo (2Co 5:20). Na maior parte de suas epístolas, Paulo se identifica como um apóstolo, sua autoridade é igual à dos doze apóstolos, todos eles viram o Senhor e foram instruídos pessoalmente por Ele (ver com. de 1Co 9:1). CBASD - Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 907.

Vontade de Deus. Os falsos apóstolos que perturbavam a igreja de Corinto agiam por vontade própria. Paulo se tornou apóstolo por um ato da vontade divina (cf. Rm 1:1; 1Co 1:1). E r a imperativo que os coríntios reconhecessem essa diferença e aceitassem Paulo pelo que ele era: um representante de Deus. ... A tendência na igreja era dividir os apóstolos em dois grupos, os que estiveram e os que não estiveram com Cristo. Os que estiveram com Jesus em carne eram tidos em mais estima. O último grupo foi nomeado ao apostolado pela igreja e era considerado inferior ao primeiro. Essa classificação puramente humana não era aprovada por Deus nem pelos primeiros apóstolos. Por isso, Paulo achou necessário salientar que foi chamado pessoalmente por Cristo. Ele encontrou Jesus face a face na estrada para Damasco. Foi instruído pelo Senhor Jesus Cristo (Gl 1:11, 12). Também foi comissionado por Jesus pessoalmente no templo, na primeira visita a Jerusalém depois de sua conversão (At 22:21). Uma vez que o partido da oposição em Corinto recusou suas credenciais como apóstolo, Paulo, na segunda epístola a esta igreja, afirmou sua nomeação divina ao apostolado (ver 2Co 3:1-6; 10:1-12; 11:1-12:18). Se a "vontade de Deus" era que Paulo fosse um apóstolo, que direito os judaizantes tinham de contestar sua autoridade? (ver com. de 2Co 3:1;-11:5; Gl 1:1; 2:6). CBASD, vol. 6, p. 907, 908.

O irmão Timóteo. Em nenhuma parte Timóteo é chamado de apóstolo. Ele ainda era um jovem, embora fosse companheiro de Paulo por quase 15 anos. CBASD, vol. 6, p. 908.

Igreja. Do gr. ekklêsia (ver com. de Mt 18:17). Paulo chama a igreja de Corinto de "a igreja de Deus", significando que foi estabelecida pela vontade de Deus, assim como Paulo foi ordenado apóstolo "pela vontade de Deus". A cidade de Corinto era ilustre devido a sua cultura, riqueza e perversidade (ver p. 724). Num dos lugares mais perversos no mundo romano, Deus estabeleceu Sua igreja. CBASD, vol. 6, p. 908.

Todos os santos. O termo hagioi, "santos" (ver com. de Rm 1:7), foi usado desde o início para designar fiéis cristãos (ver At 9:13) como separados do mundo, para Deus. CBASD, vol. 6, p. 908.

Acaia. Os romanos dividiram a Grécia em duas províncias senatoriais: Acaia e Macedónia (cf. At 19:21). Corinto era a capital da Acaia, que incluía as regiões da Atica e do Peloponeso. Na cidade também se encontrava a residência do procônsul romano ou governador. CBASD, vol. 6, p. 908.

2 graça e paz. Como saudação cristã, "graça" expressava o desejo de que aquele a quem era pronunciada conhecesse a plenitude da bênção e do poder divino ... "Paz", a saudação comum dos judeus, desejava ao destinatário todas as bênçãos materiais e espirituais (ver com. de
Is 26:3; Mt 5:9; Lc 1:79; 2:14; Jo 14:27). CBASD, vol. 6, p. 909.

3 Consolação. Do gr. paraklêsis (ver com. de Mt 5:4). É por meio do Espírito Santo, o Consolador (ver com. de Jo 14:16), que Deus Se aproxima do ser.humano para ministrar às suas necessidades espirituais e materiais CBASD, vol. 6, p. 909.

4 Consolar. Aqueles que têm experimentado tribulação e tristeza e encontraram o "consolo" que vem de Deus conseguem simpatizar com outros em situação semelhante e apontar-lhes o Pai celeste. CBASD, vol. 6, p. 909.

A consolação. Neste termo está embutido mais do que o simples consolo na tristeza ou tribulação. Inclui tudo o que o Pai celestial pode fazer por Seus filhos terrenos (ver com. de Mt 5:4).  ... Por si só, o sofrimento e a tribulação não têm poder de tornar os seres humanos semelhantes a Cristo. Na verdade, eles tornam as pessoas sombrias e amargas. No entanto, Deus santifica a tribulação, e aqueles que encontram nEle graça e força para suportá-la, solucionam um dos maiores problemas da vida (cf. Hb 2:10). CBASD, vol. 6, p. 910.

5 Os sofrimentos de Cristo. Como os sofrimentos de Cristo foram ocasionados por oposição, contenda, perseguição, prova e escassez, assim serão os de Seus discípulos. CBASD, vol. 6, p. 910.

6 O qual se torna eficaz. As aflições e consolos experimentados pelos líderes da igreja geralmente se mostram de grande valor ao povo que eles servem. CBASD, vol. 6, p. 910.

7 Como sois participantes. A perseverança cristã não é um estado emocional que as pessoas alcançam por si mesmas. É produto da graça e do amor divinos, operando na vida de homens e mulheres consagrados. CBASD, vol. 6, p. 910.

8 A tribulação. A angústia de Paulo por causa da situação da igreja de Corinto, especialmente desde a segunda visita, que tanto o afligiu (ver p. 9 0 3 , 904),e sua ansiedade pela recepção da carta anterior. Paulo reservou as expressões mais fortes para angústia mental e não para sofrimento físico. Também foi dada atenção ao alívio que Paulo sentiu com as notícias de mudança nos assuntos em Corinto (2Co 7:6, 7, 13). CBASD, vol. 6, p. 911.

9 Sentença. Literalmente, "resposta". Paulo cria que Deus queria que ele entregasse sua vida em breve... O tempo do verbo grego indica que a viva recordação da experiência de morte ainda parecia real enquanto Paulo escrevia. CBASD, vol. 6, p. 911.

Não confiemos em nós. Todas as pessoas têm uma forte tendência a confiar em si mesmas, tendência que é mais difícil de ser vencida. Foram necessários "a sentença de morte" e "um espinho na carne" antes que Paulo a superasse. ... Deus geralmente permite que Seu povo experimente terríveis dificuldades para perceber sua insuficiência e ser induzido a confiar e esperar na suficiência dEle. As provações são um requisito à experiência cristã (At 14:22). E fundamental para a salvação do ser humano que aprenda a depender de Cristo. A confiança em Deus é um fator essencial n a vida cristã diária. ... O senso de necessidade é pré-requisito para receber os dons celestiais (ver vol. 5, p. 205, 206; ver com. de Mc 1:44; Lc 7:41). CBASD, vol. 6, p. 911, 912.

11 Ajudando-nos. Paulo tinha em alta consideração as orações unidas do povo de Deus. CBASD, vol. 6, p. 912.

Por muitos. Paulo convida os membros da família da fé para se unirem em oração pelos lideres nomeados por Deus para atender suas necessidades espirituais. A posição desses líderes e em geral muito perigosa. As responsabilidades são grandes, e os problemas são muitos. A preservação física e espiritual deles é uma questão de grande preocupação para a igreja. E igualmente importante que os ministre sintam o companheirismo amoroso de seu rebanho. CBASD, vol. 6, p. 912.

12 Nossa consciência. Alguns dos coríntios o acusaram com intenções questionáveis e falsas a respeito da mudança de planos com relação a sua visita anunciada à cidade deles (ver 2Co 1:15). No entanto, sua consciência estava livre de ofensa diante de Deus, dos gentios e, em especial, diante dos coríntios. CBASD, vol. 6, p. 912.

Sabedoria humana."Sabedoria humana" é a sabedoria do ser humano não regenerado, "que não está sob a influência do Espírito de Deus. A sabedoria humana pode parecer profunda, mas com frequência engana. CBASD, vol. 6, p. 913.

Temos vivido. Nada como uma consciência limpa mantém firme uma pessoa que passa por diversos sofrimentos. O sofrimento é intensificado por uma consciência que afirma repetidamente que a pessoa trouxe o mal sobre si mesma, que apenas está colhendo o que plantou (ver 1Pe 2:12, 19, 20). Foi a "boa consciência" que sustentou Paulo em toda a sua provação, primeiramente em Jerusalém (At 23:1) e, depois, em Cesareia (2Co 24:16). A grandeza da estatura moral é alcançada apenas quando "o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8:16). A convicção da clara aceitação diante de Deus e a perseverança em Sua vista é a única base permanente para a alegria duradoura. CBASD, vol. 6, p. 913.

Ledes ... compreendeis. Não há sentido oculto no significado das palavras, nem ambiguidade que permita Paulo pensar em uma coisa e escrever outra. Os coríntios o acusaram de duplicidade, ao dizer uma coisa significando outra. Paulo declarou que tudo o que lhes escreveu não tem outro sentido senão o que as palavras significam. CBASD, vol. 6, p. 913.

14 Somos a vossa glória. Alguns em Corinto sentiam um orgulho sagrado em relação a Paulo e seus colaboradores. É um bom presságio para a igreja quando ministro e membros manifestam confiança mútua e motivos recíprocos para se alegrarem. CBASD, vol. 6, p. 913.

Como igualmente. No último dia, os conversos de Paulo serão sua "coroa de alegria" (ver 1Ts 2:19, 20; Fp 2:16; cf. Hb 12:2). A alegria dos ministros e dos crentes será completa naquele dia quando Cristo Se manifestar para reunir os remidos em Seu reino. Se todos mantivessem aquele dia em mente, ressentimento, hostilidade e malentendidos nunca ocorreriam. CBASD, vol. 6, p. 913.

15 Resolvi ir. A princípio, Paulo planejou viajar de Éfeso para Corinto, via marítima, e dali para a Macedônia, voltar a Corinto e ir para Jerusalém. Desta forma, ele pretendia honrá-los com duas visitas na mesma viagem, ao passo que os macedônios receberiam uma visita. Isso significava sair do caminho para passar esse tempo extra com a igreja de Corinto. Ele desistiu da visita dupla a Corinto, por causa da razão apresentada no v. 23. CBASD, vol. 6, p. 914.

Benefício. Do gr. charis, "graça" ou "favor". Evidências textuais (cf. p. xvi) apoiam a variante chara, "alegria" ou "deleite". Paulo informou os coríntios da mudança de planos (1Co 16:5- 6), e seus oponentes em Corinto aproveitaram a oportunidade para acusá-lo de hesitação e leviandade (2Co 1:17). Eles utilizaram esse pretexto frágil devido à má vontade pessoal para com Paulo e o desejo de desacreditá-lo. CBASD, vol. 6, p. 914.

16 Encaminhado. Do gr. propempõ, "enyiar", "acompanhar", "escoltar". A palavra
propempõ é traduzida de vários modos (ver At 15:3; 2 0 : 3 8 ; 21:5; Rm 15:24; 1Co 16:6, 11). Paulo esperava representantes da igreja de Corinto para acompanhá-lo, pelo menos parte do caminho, quando deixasse Corinto e fosse a Jerusalém. Seria uma manifestação adicional do amor e respeito deles por um apóstolo de Cristo e pai espiritual deles. Alguns membros da delegação de Corinto percorreriam todo o trajeto até Jerusalém, para transportar a coleta recebida daquele local (ver At 24:17; ICo 16:1-4).CBASD, vol. 6, p. 914.

17 Leviandade. Do gr. elaphria, "ligeireza [de mente]," "instabilidade", "inconstância".
Quando Paulo fez a promessa, a princípio, (v. 15) pretendia cumpri-la. A mudança de planos não era consequência de inconstância de sua parte, mas para o bem deles (ver 2Co 1:23; 2:1-4). Paulo passa a explicar sua mudança de planos contra as acusações de seus oponentes. Ao que parece, foi relatado em Corinto que ele não chegaria mais diretamente de Efeso. Além disso, ele ainda não havia se explicado pessoalmente. Os oponentes aproveitaram a situação para acusá-lo de não manter a palavra e de não ser confiável. CBASD, vol. 6, p. 914.

O sim e o não? A visita dupla projetada foi evitada, não por inconstância de sua parte, mas pela falta de fé deles e pelo desejo de Paulo de não lidar duramente com eles (ver com. de Mt 5:37; cf. Tg 5:12). CBASD, vol. 6, p. 914.

18 Como Deus é fiel. Sendo representante de Deus, como Paulo apresentaria a imutabilidade de Deus e Suas promessas e, ao mesmo tempo, falaria e agiria de modo diferente? Assim como Deus é fiel, Paulo foi fiel em lidar com eles.CBASD, vol. 6, p. 914, 915.

19 NEle houve o sim. A mensagem do evangelho é positiva e inequívoca. Não envolve incertezas.CBASD, vol. 6, p. 915.

20 Têm nEle o sim. Isto é, por meio de Cristo. Todas as promessas de Deus se encarnaram nEle, e cumpriram-se nEle. Cristo é a evidência da confiabilidade de todas as promessas divinas feitas aos antepassados (ver ,.At 3:20, 21; Rm 15:8). A fé cristã é uma certeza absoluta. CBASD, vol. 6, p. 915

Amém. Isto é, verdade, fidelidade, certeza (ver com. de Mt 5:18; J o 1:51). CBASD, vol. 6, p. 915.

121 E nos ungiu. O contexto parece indicar que se refira à unção geral dos verdadeiros crentes. A unção do Espírito Santo qualificou e habilitou aqueles que, como Paulo, foram ungidos para o cumprimento efetivo de sua obra. CBASD, vol. 6, p. 915.

22 Selou. O selo é utilizado para confirmar a autenticidade de um documento sobre o qual é colocado. O "selo" que Deus põe sobre homens e mulheres os distingue como filhos e filhas, como confirmados por Cristo e dedicados a Seu serviço (v. 21 ; ver com. de Ez 9:4; Jo 6:27; Ef 1:13; 4:30; Ap 7:2, 3; 14:1). CBASD, vol. 6, p. 915.

Penhor. Paulo utiliza a imagem do penhor para ilustrar o dom do Espírito Santo aos crentes, como primeira prestação, uma segurança da completa herança na vida futura (ver Ef 1:13, 14; cf. Rm 8:16). É privilégio do cristão receber a firme convicção da aceitação de Deus como filho adotado na conversão, e preservá-la por toda a vida (ver com. de Jo 3:1), aceitar o dom da vida eterna (ver com. de Jo 3:16) e experimentar a. transformação do caráter possibilitada pela habitação do Espírito Santo (ver com. de Rm 8:1-4; 12:2; cf Jo 16:7-11). No entanto, a alegria que vem quando a vontade humana está sintonizada com a divina (ver com. de SI 40: 8), quando o coração aspira à estatura da perfeição em Cristo Jesus (ver com. de Mt 5:48; Ef 4:13, 15; 2Pe 3:18) e quando há uma caminhada diária com o Salvador, é o "penhor" de uma alegria eterna na nova Terra. ... um "penhor" é parte da obrigação em si. O "penhor do Espírito" pode ser considerado equivalente às "primícias do Espírito" (Rm 8:23), que é uma amostra do que será a colheita no fim do mundo. ... Os verdadeiros filhos de Deus, que possuem esta "primícia do Espírito", não estão em situação de incerteza quanto a se Deus os aceitou em Cristo, e se possuem, em prontidão, a herança eterna (ver com. de Jo 3:16; 1Jo 3:2; 5:11). No entanto, o pagamento integral (a admissão ao Céu) é adiado para dar tempo ao desenvolvimento do caráter, para que os filhos estejam preparados para o Céu. CBASD, vol. 6, p. 916.

23 Para vos poupar. A mudança de planos foi feita em consideração pelos sentimentos ,e pelo bem deles. Era algo pelo que tinham boa razão para ser gratos. Se Paulo tivesse mantido o plano original, teria ido a eles com uma vara (1Co 4:21). Esse adiamento possibilitou que permanecesse três meses em Corinto em paz e harmonia e sem que precisasse disciplinar, o que teria sido necessário. CBASD, vol. 6, p. 917.

24 Domínio sobre a vossa fé. Como é impressionante a humildade de Paulo, em contraste com a arrogância dos líderes posteriores da igreja que, em nome dos apóstolos, usurparam a jurisdição divina sobre a consciência e a espiritualidade das pessoas (ver Nota Adicional a Daniel 7). Ao administrar os negócios da igreja hoje, ou ao aconselhar os membros da igreja, os líderes devem sempre tomar cuidado ao se interpor entre a consciência e Deus. Cada pessoa é responsável perante Deus por sua consciência e pelas ações. CBASD, vol. 6, p. 917

Pela fé, já estais firmados. A maioria dos coríntios permaneceu firme na fé, a despeito
dos ventos de doutrina e insatisfação que sopraram sobre a igreja como uma tempestade e abalaram seus alicerces.CBASD, vol. 6, p. 917.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Amanhã começaremos a ler II Coríntios!

Que esta carta de Paulo traga inspiração e ânimo a todos nós!

I Coríntios 16

Comentário devocional:

Paulo encerra esta carta [ou epístola] com alguns planos práticos. Ele exorta os coríntios a prepararem e recolherem seus donativos no primeiro dia da semana para ajudar os crentes menos afortunados de Jerusalém (v 1-2). Enquanto alguns detalhes não são exatamente claros, como a razão da arrecadação dos donativos para Jerusalém, Paulo indica que, como cristãos, temos a responsabilidade de atendermos as necessidades uns dos outros.

Paulo planejava visitar os cristãos de Corinto. O verso 8 indica, entretanto, que ele, primeiro, passaria algum tempo em Éfeso, que foi, provavelmente, o início de sua estadia de três anos naquela cidade portuária da Ásia (ver Atos 20:31). Atos 19 registra algumas das provações e tribulações que Paulo enfrentou  enquanto trabalhava em prol dos crentes em Éfeso. 

Os versos finais da epístola (v 19-20) incluem saudações. Paulo tinha assistentes que escreviam em pergaminhos as cartas que ele ditava, mas ele considerou importante escrever a saudação pessoalmente, "de próprio punho" (v 21 NVI).

Resumindo sua epístola, no coração do último capítulo Paulo destaca o quanto ele se preocupava com cristãos de Corinto: "Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes. Façam tudo com amor"(v 13-14). 

Não importa quais sejam as dificuldades, o amor de Deus é a essência da vida cristã.

Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados




Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/1co/16/

Traduzido por JAQ/JDS

Texto bíblico: I Coríntios 16 

Comentários em áudio

I Corintios 16 - Comentários Selecionados

1 Como ordenei. Os crentes de Corinto deviam aceitar esse dever assim como tinham feito os gálatas. A obra de ajudar os pobres é dada à igreja em todas as épocas a fim de que seus membros desenvolvam simpatia e amor e revelem a outros o poder do evangelho de Cristo. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 896.

9 Uma porta [...] se me abriu. Paulo se referia a oportunidades incomuns em Éfeso para a pregação do evangelho como o motivo pelo qual desejava permanecer ali por algum tempo em vez de seguir de vez para a Macedônia e Corinto. Éfeso era um centro importante de adoração pagã na província romana da Ásia. A deusa Diana (ou Ártemis) era a mais popular (At 19:24). Nessa cidade, quase completamente entregue a idolatria, superstição e vícios, Deus manifestou Seu poder por meio de Paulo para a conversão de pecadores e para confundir os adversáriosCBASD, vol. 6, p. 897.

Adversários. Quando a oposição se levantou em Éfeso, Paulo não deixou a cidade, mas trabalhou ainda mais para o avanço do reino de Deus. A oposição pode em geral ser considerada como evidência de que Satanás está alarmado com a ameaça de seu domínio sobre os seres humanos e como indício de que o Espírito de Deus está operando. CBASD, vol. 6, p. 897.

10 Timóteo. Um dos conversos de Paulo e seu auxiliar na obra de Deus. Ele foi enviado à igreja de Corinto para ajudar os irmãos com seus problemas (I Co 4:17). Paulo buscou preparar o caminho para ele, solicitando a hospitalidade e cordialidade dos coríntios

em seu favor. CBASD, vol. 6, p. 897.

13 Portai-vos varonilmente. Do gr. andrizõ, "agir como homem". Ser cristão requer coragem, intrepidez, perseverança e ânimo. Não há lugar para covardia, timidez ou medo. Apenas os que se colocam sem reservas sob a liderança do Salvador desenvolverão caráter nobre (Ef 6:10). CBASD, vol. 6, p. 898.

17 A vinda de. Os três mensageiros nomeados deviam ser de Corinto. Fortunato e Acaico não são mencionados em nenhuma outra passagem. É provável que os três homens fossem portadores da carta dos coríntios a Paulo (I Co 7:1), bem como da carta de Paulo a eles, conhecida como 1 Coríntios. CBASD, vol. 6, p. 899.

18 Refrigério. A presença e as palavras desses mensageiros de Corinto levaram encorajamento e consolo a Paulo. Tudo indica que informaram ao apóstolo sobre a igreja de Corinto, o que o ajudou a compreender a situação (Pv 15:30). CBASD, vol. 6, p. 899.

20 Osculo. Forma comum de saudação no Oriente. O beijo santo era uma prova da afeição

cristã. CBASD, vol. 6, p. 899.

22 Anátema. Uma transliteração do gr. anathema, que significa "amaldiçoado" ou "devotado à destruição". Aqueles que não acreditam nem amam o Senhor Jesus Cristo não podem ter a esperança da salvação. Pelo ato de rejeitar o único meio de salvação, escolhem a ruína eterna. CBASD, vol. 6, p. 899.

Maranata. Uma transliteração do gr. maran atha, que, por sua vez, é uma transliteração do aramaico maran 'athah. Esse é o único texto da Bíblia em que ocorre a palavra. A expressão em aramaico pode ser traduzida como "nosso Senhor vem" ou "vem, nosso Senhor". CBASD, vol. 6, p. 899.

24. Amor. Que bênção mais bela poderia seguir a repreensão dirigida àqueles que rejeitam o amor de Deus? Esta epístola, que lida de forma franca com determinados abusos na igreja, é encerrada com uma expressão de amor e de interesse pelo bem estar eterno dos destinatários. CBASD, vol. 6, p. 900.

domingo, 29 de março de 2015

I Coríntios 15

Comentário devocional:

Paulo, depois de tratar de toda uma série de problemas da igreja, admoesta os crentes de Corinto "que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei" (v 2 NVI). No centro de sua mensagem estava o fato de "que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras" (vv 3-4). Os discípulos, testemunhas oculares do evangelho testemunhavam coletivamente sobre a autenticidade da morte e ressurreição de Cristo.

No entanto, os crentes de Corinto estavam preocupados a respeito da natureza da ressurreição dos mortos (vv 12-19). "Como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição dos mortos?" (v 12 NVI). Em outras palavras, se Cristo não ressuscitara, então Sua morte não teria sentido (v 14). A mensagem sobre o estado dos mortos é clara: quando uma pessoa morre em Cristo ela adormece até o momento da ressurreição dos justos quando do retorno de Cristo (vv 20, 22-23).

Como missionário na Ásia, trabalho em uma das áreas do mundo em que o pensamento sobre a morte mais difere do pensamento cristão ocidental. Essa semana mesmo tivemos que lidar com falecimento de um jovem que estudava em nossa faculdade. Em momentos de crise, como este, temos a tendência de voltar a pensar de acordo com a tradição de nossa família. Assim, muitos jovens me perguntavam no funeral: "o que realmente acontece quando uma pessoa morre?" Muitas outras religiões, como budistas, hindus e até mesmo católicos romanos, retratam as almas dos entes queridos pairando em torno do corpo morto. No entanto, a mensagem da Bíblia é inequívoca: quando uma pessoa morre, ela dorme até que Jesus volte. Só Jesus tem o poder de trazer um morto novamente à vida. Qualquer outro ensinamento está equivocado à luz do ensino bíblico; a crença de que os espíritos pairam ao redor dos cadáveres procede do maligno.

Paulo nos diz que "o último inimigo a ser destruído é a morte" (v 26 NVI). Esta é a bendita esperança a que todos nos apegamos. Olhamos à frente com grande expectativa para o dia em que Cristo voltará e nos encontraremos novamente com nossos queridos e crentes de todas as épocas. "Eis que eu lhes digo um mistério:", diz Paulo, "nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados"(vv 51-52 NVI). 

A morte e o pecado nunca foram parte do plano de Deus para a raça humana. "Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (v. 57 NVI).

Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados
Filipinas




Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/1co/15/

Traduzido por JAQ/JDS

Texto bíblico: I Coríntios 15 

Comentários em áudio 

I Coríntios 15 - Comentários selecionados.

1 Também (ARC). Este capítulo contém o que se pode chamar de a glória com a qual culmina a epístola: uma exposição da verdade sobre a ressurreição. CBASD - Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 878.

2  Salvos. Literalmente "estão sendo salvos". A salvação é uma experiência contínua. CBASD, vol. 6, p. 879.

Crido em vão. Não havia nada de errado com a mensagem pregada, mas a forma como os coríntios criam na mensagem podia dar espaço a questionamentos. Se a crença deles era indiferente, teria pouco o valor. Se a fé fosse firme, então considerariam a doutrina de Paulo suficiente para guiá-los no caminho da salvação. CBASD, vol. 6, p. 879.

5  Cefas. D o gr. Kêphas, uma transliteração do aramaico Kepha', que é traduzido para o grego como Petros. ... Paulo recorre ao testemunho daqueles que em primeiro lugar souberam da ressurreição, e em especial aos que ainda viviam para atestar sua veracidade. Como estava apenas relembrando a eles a doutrina previamente ensinada, ele não buscou reproduzir toda a evidência disponível, mas apenas resumiu o que eles já sabiam. CBASD, vol. 6, p. 880.

8 Nascido fora de tempo. Do gr. ektroma, "aborto", "natimorto". ...  O apóstolo quer dizer que,
comparado aos outros apóstolos, ele não passa de um bebê que nasce morto. Os outros cresceram e amadureceram no ministério, ao passo que Paulo foi introduzido ao apostolado de forma abrupta.  CBASD, vol. 6, p. 881.

9  O menor. Ele tinha sido o último de todos (v. 8) e afirma ser o menor (cf. com. de Ef 3:8). CBASD, vol. 6, p. 881.

Não sou digno. Isto é, não qualificado o suficiente. Paulo reconhece que ninguém, em sentido algum, é digno de ser chamado ao serviço de Deu s (ver com. de 2Co 3:5). CBASD, vol. 6, p. 881.

Pois persegui. Parece que ele nunca se perdoou por sua antiga oposição feroz aos crentes, e a lembrança dessa experiência o mantinha humilde e grato pela bondade do Senhor (ver At 22:4; 26:9-11; Gl 1:13; lTm 1:13). No coração verdadeiramente convertido, o perdão divino produz percepção do pecado bem como sentimento s de gratidão e humildade. Tal experiência capacita a testemunhar. CBASD, vol. 6, p. 881.

Trabalhei muito mais. Isto é, com mais intensidade. Consagração e trabalho duro quase sempre produzem colheita abundante. Mas, como revela a frase seguinte, o apóstolo não permitia que o orgulho destruísse seu êxito evangelístico. CBASD, vol. 6, p. 882.

Não eu. Paulo não deu margens para alguém imaginar que tomava o crédito para si. Ele confere toda a glória a Deus. CBASD, vol. 6, p. 882.

14 . Do gr. kenos, "vazio", "sem conteúdo", "carente de verdade" (cf. com. do v. 17), uma
descrição adequada de qualquer tentativa de pregar o evangelho sem a ressurreição de Jesus. Tal pregação de fato seria "vã", sem um de seus fatos históricos centrais. Se Cristo não foi ressuscitado, o testemunho cristão é falho por dois motivos: (1) Jesus declarou várias vezes que ressuscitaria dos mortos (ver Mt 16:21; 17:22, 23; 20:17-19), e, se Ele não ressuscitou, seria um impostor; (2) os apóstolos baseavam sua pregação num fato que afirmavam ter acontecido; portanto, seriam
cúmplice s do impostor, pregando sobre uma esperança que não poderia ser cumprida. CBASD, vol. 6, p. 882.

Vossa fé. A descrença na ressurreição invalida não só a pregação apostólica, mas também a crença nessa pregação. Ao duvidar da possibilidade da ressurreição, os incrédulos estavam destruindo tudo o que outrora estimavam.  CBASD, vol. 6, p. 882.

15 Falsas testemunhas de Deus. A implicação é que teria sido um pecado pregar que Cristo ressuscitou dos mortos, se isso não fosse verdade. CBASD, vol. 6, p. 882.

17 . Do gr. mataios, "inútil", "sem objetivo", "sem propósito" (cf. com. do v. 14). A atenção é dirigida à absoluta falta de objetivo da fé cristã se Cristo não tivesse sido levantado dos mortos. CBASD, vol. 6, p. 883.

Pecados. Nos v. 16 e 17, Paulo repete a linha de raciocínio dos v. 13 e 14, mas com uma diferença. Antes, ele enfatiza o vazio da fé sem a ressurreição de Cristo; depois, ele revela a condição perdida e sem esperança da humanidade sem a ressurreição. ... Se Jesus não foi ressuscitado dos mortos, então Ele seria um impostor; a fé nEle não traria perdão pelo pecado, e o pecador permaneceria culpado. ... Além disso, o batismo, que é um símbolo da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, perderia
sua importância se não houvesse ressurreição, pois se dá a exortação de que "andemos nós em novidade de vida", assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos (ver Rm 6:3, 4). CBASD, vol. 6, p. 883.

20 Primícias. Os antigos israelitas deviam apresentar um molho das primícias da colheita de cevada ao sacerdote, que o movia diante do Senhor como uma promessa da colheita completa que se seguiria. Essa cerimônia devia ser realizada no dia 16 de nisã (abibe; ver com. de Lv 23:10; ver v. 11). A Páscoa era celebrada no dia 14 de nisã (ver com. do v. 5) e, no dia 16, s e realizava a oferta das primícias. O molho das primícias da colheita tipificava Cristo, as "primícias", ou promessa, da grande colheita que se seguirá quando todos os justo s mortos forem ressuscitados na segunda vinda de
Jesus (ver 1Co 15:23; lTs 4:14-16). Cristo levantou dos mortos no mesmo dia que as primícias foram apresentadas no templo (ver com. de Lv 23:14; Lc 23:56; 24:1; ver vol. 5, p. 246-249). Assim como as primícias eram uma promessa e uma certeza da reunião de toda a colheita, também a ressurreição de Cristo é uma promessa de que todos os que confiam nEle serão ressuscitados dos mortos. CBASD, vol. 6, p. 884.

Dos que dormem. Sobre o sono como metáfora da morte, ver com. do v. 6. O termo se refere aos que morreram como cristãos, crendo no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. CBASD, vol. 6, p. 884.

25 Debaixo dos pés. Isto corresponde a "escabelo" (SI 110:1, AA). CBASD, vol. 6, p. 886.

26 O último inimigo . A morte é personificada, como no v. 55 e em Apocalipse 6:8. CBASD, vol. 6, p. 886.

27 Por que. O primeiro Adão perdeu seu domínio e sucumbiu à morte; o segundo Adão recuperou
esse domínio perdido e destruiu a morte. CBASD, vol. 6, p. 887.

29 Os que se batizam por causa dos mortos. Esta é uma das passagens difíceis dos escritos de Paulo. Comentaristas elaboraram 36 tentativas de solucionar os problemas suscitados por este versículo, sendo que a maioria das sugestões não é relevante. ... o v. 29 poderia ser parafraseado assim: ''mas se não há ressurreição, o que devem fazer os mensageiros do evangelho, se continuamente encaram a morte em favor de pessoas destinadas a perecer na morte de qualquer forma? " Para eles, seria tolice (v. 17) enfrentar a morte para salvar outros, "se os mortos não ressuscitam" (v. 16, 32). A constante coragem dos apóstolos em face da morte é uma importante evidência de sua fé na ressurreição. Muitas passagens bíblicas declaram que não é possível, como ensinam alguns, que cristãos sejam batizados em favor de parentes e amigos mortos. A pessoa deve crer em Cristo e confessar seus pecados para poder ser batizada e salva (At 2:38; 8:36, 37; cf.
Ez 18:20-24; Jo 3:16; 1Jo 1:9). Mesmo os justos "salvariam apenas a sua própria vida" (Ez 14:14, 16; cf. Sl 49:7). A morte marca o fim da provação e das oportunidades humanas (ver Sl 49:7-9; Ec 9:5,6, 10; Is 38:18 , 19; Lc 16:26; Hb 9:27, 28). CBASD, vol. 6, p. 887. [Para uma discussão mais aprofundada das três propostas mais relevantes para entendimento desta passagem, favor consultar a fonte.]

32 Lutei em Éfeso com feras. Esta parece ser uma referência figurada ao episódio da luta de Paulo com adversários ferozes em Éfeso (cf. At 19:23-41). Um cidadão romano não podia ser punido sendo forçado a lutar com animais ferozes. Ele pergunta: "O que ganhei ao me expor a perigos comparáveis a lutar com animais ferozes, se a mensagem de ressurreição para a vida eterna por meio de Jesus  Cristo não fosse verdadeira? Por que passaria eu por tais riscos para anunciar um falso ensinamento? Isso não faria sentido. Eu poderia ter deixado as pessoas a sua sorte e não lhes dizer nada." Não se
sabe a quais experiências em Éfeso Paulo se refere. Na sua fúria insana, os adoradores pagãos da deusa Diana (ou Ártemis) se pareciam mais com animais selvagens do que com seres humanos. Paulo, no entanto, não poderia ter se referido a esse incidente em particular neste versículo, pois isso aconteceu depois de esta carta ter sido enviada (cf. 1Co 16:8, 9). CBASD, vol. 6, p. 889.

Comamos e bebamos. Citação de Isaías 22:13.... Seria tolice de Paulo, ou de qualquer pessoa, passar por privações, dificuldades e perseguição a fim de pregar o evangelho da salvação do pecado e da felicidade futura e eterna se os mortos não ressuscitarão. Ele deveria, em vez disso, aproveitar
ao máximo esta vida desfrutando os prazeres, sabendo que a morte será o fim de tudo. Essa de fato parece ser a filosofia hedonista de muitos, principalmente à medida que o segundo advento de Cristo se aproxima (ver Mt 24:38, 39; 2Tm 3:1-4). CBASD, vol. 6, p. 889.

33 Não vos enganeis. Ou, "parai de serdes desviados". CBASD, vol. 6, p. 889.

Conversações. Ou, "companhias". Este é um verso da poesia de Menandro (343-c.280), talvez um provérbio comum. Visto que todos são grandemente influenciados por aqueles com quem se associam, a escolha de amigos e companhias requer cuidado. Paulo exortou os crentes a ter cuidado com os argumento s enganosos dos falsos mestres, que negavam a ressurreição dos mortos. A companhia de tais indivíduos deveria ser evitada. A associação com aqueles que têm opiniões errôneas, ou cujas vidas são impuras, tende a corromper a fé e a moral. A associação diária com os que não criam na ressurreição dos mortos e as frequentes conversações sobre esse assunto poderiam
fazer com que os crentes perdessem sua compreensão clara da verdade. A familiaridade com o erro tende a remover a objeção a ele e a minimizar o cuidado contra ele. Por essa razão, Deus sempre aconselhou Seu povo a não se associar aos incrédulos (ver Gn 12:1-3; Êx 3:9, 10; Dt 7:1-4; Is 52:11; Jr 51:6, 9; 2Co 6:14-17; Ap 18:4), o que não exclui o testemunho. CBASD, vol. 6, p. 889, 890.

Conhecimento de Deus. Alguns dentre os coríntios não conheciam a Deus como o Onipotente; a crença deles era mera teoria. Como resultado, podiam aceitar prontamente a ideia de não haver ressurreição. A presença dessas pessoas era uma desonra para toda a igreja e não devia ser tolerada.  CBASD, vol. 6, p. 890.

35 Como ...? A mente natural levanta objeções à ideia da ressurreição dos mortos. A constatação é a de que depois da morte vem a decomposição e, por fim, o corpo se esvai por completo. Portanto, pode-se perguntar como o pó poderia ser reunido para a ressurreição do indivíduo como era antes (ver Jó 34:15; Ec 12:7). Outra pergunta que traz perplexidade é: como o corpo reconstituído será comparado ao corpo que se desfez?  CBASD, vol. 6, p. 890.

36 O que semeias. A dificuldade proposta no v. 35 poderia ser solucionada com a ilustração sobre o crescimento do grão, fenômeno com o qual todos estavam familiarizados. Quando se coloca um grão no solo, ele morre . Esse processo é essencial para que nasça uma nova planta. Se esse processo natural é bem aceito sem questionamentos, por que deveria haver problema com a ressurreição de um novo corpo a partir do antigo que se desfez?  CBASD, vol. 6, p. 890.

37 Simples grão. Isto é, uma semente sem folhas, nem talos. Assim é o grão quando semeado. A planta que brota não é a mesma que a semente . Assim, o corpo que ressurgirá do túmulo na ressurreição não será o mesmo que foi depositado ali. É claro que haverá semelhanças, mas, ao
mesmo tempo, diferenças. O novo corpo não é composto das mesmas partículas de matéria que formavam o antigo. Contudo, a identidade do indivíduo será preservada (ver Ellen G. White  Material Suplementar sobre os v. 42 a 52). CBASD, vol. 6, p. 890.

38 Deus lhe dá corpo. O milagre da natureza que produz os muitos tipos de grão tem sua fonte em Deus, o autor de toda vida e todo crescimento. Não há nada na semente que por si, sem auxílio, a faça brotar para a vida (ver T8, 259, 260) . Do mesmo modo, não há nada no corpo desfeito que, por si só,
resulte na ressurreição. No entanto, Deus ordenou que houvesse  uma ressurreição, e é somente por Seu poder que o milagre acontece. CBASD, vol. 6, p. 890.

39 Nem toda carne é a mesma. Carne é a matéria da qual se compõe o corpo. A natureza tem diferentes tipos de matéria. Se Deus ordenou que houvesse tantas variedades de carne, e assim de corpos, não é de se surpreender que Ele venha a prover, na ressurreição, um tipo glorificado
de corpo para o ser humano. CBASD, vol. 6, p. 890, 891.

40 Glória dos celestiais. Embora pássaros, flores, árvores, minerais e seres humanos tenham sua beleza e atrativo, diferem do que é celestial. O s seres humanos não questionam a diferença entre a beleza das coisas celestiais e das coisas terrenas. Então, por que deveria haver alguma hesitação
em reconhecer uma diferença entre o corpo do ser humano adaptado à vida nesta Terra e o adaptado à vida no Céu? CBASD, vol. 6, p. 891.

41. Uma é a glória do sol. No v. 40, Paulo mostra que há diferença entre os variados tipos de corpos
celestes e terrenos. Neste versículo, ele declara que há diferenças entre os corpos do mesmo tipo, a saber, corpos celestes. Ele diferem não só dos corpos terrenos, mas também entre si. Dessa forma, ele fortalece seu raciocínio de que o corpo ressurreto será diferente do corpo mortal. Deus estabeleceu
essa variedade na natureza e não está limitado em poder para fornecer um corpo novo e diferente para Seus santos na ressurreição. CBASD, vol. 6, p. 891.

42 Semeia-se o corpo na corrupção. Paulo volta à comparação entre o reino vegetal e o ser humano (v. 37, 38). Ele fala dos corpos dos remidos como sementes lançadas ao solo que produzirão uma colheita para o reino de Deus. O cemitério é apropriadamente chamado, algumas vezes, de campo
de Deus. A decomposição que silenciosamente acontece ali, sem ser vista, é o preâmbulo da ressurreição gloriosa, quando findar a história deste mundo e começar a do eterno reino celestial, com o retorno de Cristo (ver 1Co 15:52; 1Ts 4:16). CBASD, vol. 6, p. 891.

Ressuscita. Paulo afirma que a ressurreição dos justos mortos com corpos glorificados não só é possível, mas de fato acontecerá. Essa é uma das verdades mais encorajadoras aos que lutam contra uma enfermidade e que temem a morte. CBASD, vol. 6, p. 891.

Incorrupção. O corpo ressuscitado do crente jamais será sujeito outra vez à enfermidade,
decomposição e morte. CBASD, vol. 6, p. 891.

43 Semeia-se. Em certo sentido, o  cadáver é uma desonra. Devido à rápida decomposição, torna-se repugnante e deve ser sepultado. CBASD, vol. 6, p. 891.

Fraqueza. Do gr. astheneia, "falta de força", "fragilidade", "doença". Isso não se refere simplesmente à debilidade do corpo terreno quando vivo, mas também à sua completa impotência como cadáver e à incapacidade de resistir à corrupção. CBASD, vol. 6, p. 891.

Ressuscita. Dignidade, beleza, honra e perfeição caracterizarão os santos ressuscitados. Seus corpos serão semelhantes ao de Cristo (Fp 3:20, 21; GC, 645). CBASD, vol. 6, p. 891.

Poder. Do gr. dynamis, "força", "energia", "poder". O poder de Deus se manifestará no milagre da ressurreição. O corpo  ressuscitado não experimentará nenhuma das debilidades e falta de resistência que afligem o corpo terreno (ver Is 33:24; 40:31; Ap 7:15, 16; 22:5; GC, 676). CBASD, vol. 6, p. 891.

44 Natural. Do gr. psuchikos, adjetivo derivado da palavra psychê, traduzida em geral como "alma". Psychikos significa pertencente a esta vida presente. É uma palavra difícil de ser traduzida para o português. ...  O corpo natural é o que está sujeito às limitações da existência temporal, como dor, doença, fadiga, fome e morte. Esse corpo é posto no túmulo no fim da vida mortal (ver J ó 14:1, 2, 10-12; 21:32 , 33). O corpo espiritual será livre de todas as marcas da maldição do pecado (ver GC, 644 , 645).  CBASD, vol. 6, p. 892.

45 Espírito vivificante. Isto é, um ser que tem o poder de dar vida. Adão se tornou "alma vivente", mas Cristo é o doador de vida. Jesus afirmou poder ressuscitar os mortos (ver Jo 5:21, 26; 11:25) e exerceu esse poder ao ressuscitar alguns nesta vida temporal (ver Lc 7:14, 15; 8:54, 55). Essas demonstrações de Seu poder de dar vida devem ser aceitas como evidência de Seu poder para ressuscitar os mortos no segundo advento. CBASD, vol. 6, p. 892.

46 Primeiro o espiritual. Os corpos espirituais que os santos terão na ressurreição são uma continuação de seus corpos naturais. O natural vem primeiro. O corpo espiritual não existe ainda, e não existirá antes da ressurreição. Deus dá a cada santo um corpo novo. CBASD, vol. 6, p. 892.

48 Como foi o primeiro homem, o terreno. Isto é, Adão. Todos os descendentes de Adão partilham sua natureza pecaminosa. Eles são frágeis, mortais e sujeitos a corrupção e morte. CBASD, vol. 6, p. 892.

50 Isto afirmo. "Carne e sangue" é uma figura de linguagem que designa as condições humanas no contexto de pecado (ver Mt 16:17; Gl 1:16; Ef 6:12). Portanto, não deve ser tomada com significado literal. Paulo apenas afirma que o corpo presente é inadequado para entrar no reino de Deus. O corpo ressuscitado terá carne e sangue, e isso se pode deduzir do fato de que o novo corpo terá a semelhança do glorioso corpo do Cristo ressuscitado (Fp 3:20 , 21), que consistia de carne e ossos (Lc 24:39; cf. DTN, 803) . Também é razoável concluir que o corpo dos santos ressuscitados não será muito diferente do tipo de corpo que Adão possuía quando foi criado (Gn 2:7). Se não tivesse pecado, ele teria permanecido com esse corpo para sempre. ...  Tudo que Deus criou era perfeito; portanto, o corpo de Adão e Eva também era perfeito, livre de corrupção, e adequado ao ambiente perfeito. Quando o homem pecou, sua natureza foi mudada. Portanto, antes de desfrutar a bem-aventurança do Éden restaurado, o corpo será mudado e adaptado à perfeição celestial. CBASD, vol. 6, p. 893.

52 Num momento. Do gr. en atomo, "num ponto do tempo indivisível", "num instante". Átomos ocorre apenas nesta passagem no NT. É a palavra da qual deriva "átomo". Junto com a expressão "piscar de olhos", esta frase indica a extrema rapidez com que se dará a mudança do corpo dos santos vivos. CBASD, vol. 6, p. 893.

Da última trombeta. O tempo em que se dará essa gloriosa transformação é indicado a seguir. Será na segunda vinda de Cristo, pois é então que a "trombeta de Deus" soará, e os fiéis que tiverem morrido serão ressuscitados com corpo inteiramente livre de todos os efeitos do pecado (Cl 3:4; ver com. de lTs 4:16). Então, os salvos que estiverem vivos e ansiosos pela vinda do Senhor passarão por uma maravilhosa mudança, em que todos os traços de corrupção e imperfeição serão removidos de seu corpo, que se tornará como o corpo glorioso de Cristo (ver Fp 3:20, 21; 1Jo 3:2). Eles passarão pela maravilhosa experiência de serem levados da Terra para o Céu sem morrer, como Elias, que foi um símbolo de todos os salvos que estarão vivos quando Cristo retornar (ver 2Rs 2:ll; PR, 227). CBASD, vol. 6, p. 893.

53 É necessário que. É essencial que ocorra uma mudança no corpo dos santos, seja pela ressurreição com corpo imortal incorruptível (v. 42), ou pela transformação sem ver a morte; pois não podem entrar no paraíso com as marcas da corrupção (v. 50). CBASD, vol. 6, p. 893.

54 Tragada foi a morte. A citação é de Isaías 25:8 ... Quando, por ocasião da volta de Cristo, ocorrer a transformação da mortalidade para a imortalidade, tanto nos justos mortos como nos que vivem, o grande inimigo não mais perturbará os remidos. O último pensamento que lhes ocupava a mente à medida que a sombra da morte os envolveu foi o do sono que se aproximava, seu último sentimento foi o da dor da morte. Ao verem que Cristo voltou e lhes concede o dom da imortalidade, a primeira sensação será de grande regozijo, pois jamais sucumbirão ao poder da morte (ver GC, 550). CBASD, vol. 6, p. 894.

55 Ó morte. Alusão a Oséias 13:14 (ver com. ali). Neste clamor feliz e vitorioso, tanto a morte quanto a sepultura são personificadas, e as palavras são-lhes dirigidas, provavelmente por todos os santos triunfantes, que estarão libertos para sempre do sofrimento e da separação impostos pela morte. O domínio que esse inimigo exerce sobre todos desde a queda de Adão será para sempre removido dos remidos na segunda vinda de Cristo.  CBASD, vol. 6, p. 894.

Aguilhão. Do gr. kentron, "ponta aguda", "um ferrão [como de abelha , vespa e escorpião]". CBASD, vol. 6, p. 894.

56 O aguilhão da morte. Ou, o "pecado". A morte, como o escorpião, tem um ferrão, um poder fatal concedido a ela por meio do pecado, a causa da morte (ver Rm 6:23). Mas os remidos não pecarão outra vez; portanto, jamais sentirão de novo o ferrão da morte (ver Na 1:9; Is 11:9; Ap 21:4). CBASD, vol. 6, p. 894.

57 Graças a Deus. Este versículo apresenta o tema ou objetivo de toda a Bíblia, a saber, que a restauração do ser humano ao favor de Deus e à condição original de perfeição e liberdade de todos os efeitos do pecado ocorre pelo poder de Deus que opera por meio de Cristo (ver Ed, 125, 126; cf. Rm 7:25). Os remidos darão louvor e graças a Deus por toda a eternidade por esse triunfo sobre o poder do adversário (ver Ap 5:11-13; 15:3, 4; 19:5,6). CBASD, vol. 6, p. 894.

58 Sede firmes, inabaláveis. Os crentes são instados a permanecer firmes na fé, sem permitir que nada os perturbe. Este apelo para se manter uma firmeza inabalável é reforçado pela verdade da ressurreição exposta pelo apóstolo neste capítulo. À luz de garantias maravilhosas para o futuro, crentes não deveriam ser influenciados pelas tentações do diabo, seja para satisfazer a carne ou se desviar dos fatos evidentes do evangelho por meio da influência das filosofias mundanas. Não se deve permitir que nada nem ninguém abalem o crente do fundamento de sua fé e esperança. CBASD, vol. 6, p. 894.

Abundantes. O grande incentivo à contínua atividade na causa da verdade é a certeza de que tais esforços não serão vãos no Senhor, mas resultarão na salvação de pessoas e no avanço da glória de Deus (ver Sl 126:6; Ec 11:6; Is 55:11; 1Co 3:8, 9). CBASD, vol. 6, p. 895.

sábado, 28 de março de 2015

I Coríntios 14

Comentário devocional:

Paulo volta a falar sobre "os dons espirituais, principalmente o dom de profecia" (v 1 NVI). "Quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens." (v 3 NVI). Assim, o dom de profecia "edifica a igreja." Este dom é tão significativo que Paulo reconhece a sua prioridade entre os demais dons. 

Como adventistas do sétimo dia, acreditamos na continuidade de todos os dons espirituais, incluindo o dom da profecia. Acreditamos que, em dezembro 1844, Deus designou outro mensageiro profético, assim como Deus operou em muitos outros pontos críticos ao longo da história da salvação. Deus revelou a Ellen Harmon (mais tarde White) uma mensagem de encorajamento através de uma revelação divina. Os crentes estavam desencorajados após o não retorno de Jesus em 22 de outubro de 1844. Assim, Deus usou uma jovem mulher para incentivar e "edificar" o povo de Deus. O tema de sua primeira visão acabou se tornando o tema principal de todo o seu ministério profético: o caminho de Deus é um caminho estreito, que conduz a Jesus. Mais uma vez o dom profético contribuiu para edificar e ajudar a igreja de Deus. Para aqueles que acreditam na importância de todos os dons espirituais, não deveria ser surpresa a escolha divina de um mensageiro profético para ajudar o povo de Deus do tempo do fim a se concentrar em Jesus.

Em seguida, Paulo discorre sobre o falar em "línguas" (idiomas) e a necessidade de serem interpretadas (vv 6-25). Ele destaca, mais uma vez, que todos os dons espirituais, incluindo o dom de "línguas", devem levar à "edificação da igreja" (v 12). O dom de línguas vem junto com o dom de interpretação e compreensão (vv 13, 15). Na verdade, a palavra-chave deste capítulo, estreitamente associada com "línguas" é "entendimento". Tal entendimento conduz à maturidade cristã (v 20).

Ao comparar e contrastar estes dois dons espirituais (profecia e línguas), Paulo observa que o dom de falar em línguas diferentes é "um sinal para os descrentes" mas o dom de profetizar "é para os que crêem" (v 22 NVI). Independentemente do dom, a ordem na igreja deve ser mantida para que os incrédulos não acusem os crentes de estarem "loucos" (v 23 NVI). Todos os dons espirituais devem levar à "edificação" (v 26) e cada orador deve ter a sua vez de falar para que haja ordem na reunião (vv 27-28).

Paulo conclui afirmando que as revelações trazidas pelo dom de profecia devem estar em harmonia com as orientações proféticas prévias (vv 32-33). Ou seja, devemos julgar toda nova revelação pelas verdades encontradas na Palavra de Deus. Para nós, isto significa que a Escritura é a nossa autoridade final.

Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados
Filipinas




Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/1co/14/

Traduzido por JAQ/JDS


Texto bíblico: I Coríntios 14 


Comentários em áudio


1 Corintios 14 - Comentários Selecionados

1 Que profetizeis. No capítulo 14, Paulo contrasta o dom de profecia com o de línguas, mostrando que o primeiro traz mais benefícios a um maior número de pessoas. Os coríntios exaltavam o dom de línguas acima do de profecia, sem dúvida, devido a sua natureza espetacular. Alguns talvez desprezassem a profecia, como parece ter acontecido em Tessalônica (ITs 5:20). Os coríntios foram advertidos a buscar o amor, que leva as pessoas a obter dons que beneficiam os outros, bem como a si mesmos. Não se deve buscar os dons para exaltação própria, mas para servir melhor a Deus e ajudar a igreja. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 866.

2 Língua estranha. A palavra "estranha" foi acrescentada. CBASD, vol. 6, p. 866.

Superior. O dom de profecia era superior devido a seu valor para a igreja. Mais pessoas eram beneficiadas por ele do que pelo dom de línguas. Os dons do Espírito devem ser avaliados segundo a utilidade e não segundo sua natureza espetacular. CBASD, vol. 6, p. 867.

8 Trombeta. A linguagem da trombeta era inteligível para o exército. Mas, se a pessoa que tocava a trombeta não fizesse um chamado claro, resultaria em confusão, e o exército não estaria preparado para a batalha. CBASD, vol. 6, p. 867.

20 Meninos. Os coríntios tinham muito orgulho de sua sabedoria. Eles exultavam por suas conquistas intelectuais, mas estavam se comportando como crianças em relação aos dons
do Espírito. Tinham mais interesse nos dons espetaculares, como o de línguas, do que nos dons que atuavam de forma mais discreta, contudo, com mais eficiência para a igreja, como o de profecia. CBASD, vol. 6, p. 869.

Malícia. Do gr. kakia, "maldade", "impiedade", "depravação", "malignidade". Com respeito a essa qualidade, as crianças pequenas são consideradas inocentes. Essa é a atitude que será vista em todos que estão cheios do Espírito de Cristo. CBASD, vol. 6, p. 869.

22 Para os que crêem. A profecia edifica a igreja, o corpo de crentes. É um sinal da presença contínua de Deus. CBASD, vol. 6, p. 870.

32 Estão sujeitos aos próprios profetas. Devia haver pessoas que afirmavam não poder ficar em silêncio quando estavam sob inspiração do Espírito Santo. Paulo rejeita essa pretensão. Os verdadeiros profetas tinham controle de sua mente e podiam falar ou permanecer em silêncio. A inspiração não elimina a individualidade e o livre-arbítrio. O agente humano expressa em seu próprio estilo e pensamento as verdades reveladas a ele. CBASD, vol. 6, p. 871.

33 Confusão. Deus não é de desordem, desunião, discórdia ou confusão. O verdadeiro culto a Deus não encoraja desordem de nenhum tipo. Este versículo apresenta um princípio geral que rege o cristianismo e deriva da natureza divina. Ele é o Deus da paz, e não se deve ensinar que Ele Se agradaria de uma forma de culto caracterizada por confusão de algum tipo. CBASD, vol. 6, p. 872.

34 Lei. As Escrituras ensinam que, devido a seu papel na queda do homem, a mulher foi designada por Deus a uma posição subordinada ao marido. Por causa da mudança na natureza humana resultante da entrada do pecado, a harmonia que o ser humano desfrutava foi alterada. Não convinha mais que o homem e a mulher tivessem a mesma autoridade na direção do lar, e Deus escolheu colocar sobre o homem mais responsabilidade na hora de tomar decisões e instruir a família. CBASD, vol. 6, p. 872.

35 É vergonhoso. Isto era assim por causa do costume dos gregos e dos judeus de que as mulheres deviam se retirar quando se discutiam assuntos públicos. A violação desse costume seria considerada vergonhosa e traria desonra à igreja. CBASD, vol. 6, p. 872.

37 Se alguém se considera profeta. Quem afirmasse ter qualquer dom do Espírito, mas se recusasse a reconhecer que a instrução dada por Paulo provinha do Senhor, demonstraria que sua inspiração não "era divina. CBASD, vol. 6, p. 873.

40 Ordem. Do gr. kata taxin, "segundo a ordem". Na igreja, não deve haver confusão, ruído desnecessário, nem desordem. O cristão deve sempre se guardar contra o mal da formalidade no culto público. Deus não deseja demonstração exterior ou exibições de talento, mas a devoção sincera com amor externada em oração e louvor. Dignidade e reverência são essenciais, mas serão inspiradas por um genuíno senso da majestade e da grandeza de Deus, e não pela resposta ao impulso do coração natural por exaltação própria. Para que a adoração pública a Deus seja de fato reverente deve ser conduzida de modo que todos os presentes possam participar de forma inteligente de tudo o que é feito. Portanto, o uso de línguas ininteligíveis é inadequado, a menos que sejam interpretadas para o benefício de todos. CBASD, vol. 6, p. 874.