2 Legumes. Do gr. lachana, "vegetais" (ver com. do v. 1). Paulo não discute a conveniência de comer certos alimentos ou abster-se deles, mas ordena paciência e tolerância nesses assuntos. CBASD - Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 6, p. 700.
Em Coríntios, o problema é identificado como a ingestão de alimentos sacrificados aos ídolos. De acordo com os antigos costumes, os sacerdotes pagãos praticavam um extenso comércio dos sacrifícios de animais oferecidos aos ídolos. Paulo disse aos conversos, tanto do judaísmo como do paganismo, em Corinto que, na medida em que os ídolos não eram nada, também nada havia de errado, em si, em comer alimentos dedicados a eles: No entanto, ele explica que, devido à experiência prévia, treinamento e diferenças de discernimento espiritual, nem todos tinham esse "conhecimento" e podiam não sentir a consciência livre para consumir esses alimentos (ver com. de 1Co 8). Assim, Paulo exortou os que não tinham problemas quanto a esses alimentos a que não colocassem uma pedra de tropeço no caminho de um irmão mediante o consumo dos mesmos (Rm 14:13). Sua admoestação, portanto, está em harmonia com a decisão do concílio de Jerusalém e, sem dúvida, lança luz sobre pelo menos uma das razões pelas quais o concílio tomou essa posição sobre o assunto (ver com. de At 15). Por receio de escandalizar outros, alguns cristãos se abstinham de alimentos cárneos, o que significa que sua alimentação era restrita a "legumes", isto é, vegetais (cf. Rm 14:2). Paulo não trata de alimentos prejudiciais à saúde. CBASD, vol. 6, p. 698, 299.
3 Julgue. A censura é muitas vezes uma característica daqueles cuja experiência religiosa se fundamenta em grande parte no cumprimento de exigências exteriores. CBASD, vol. 6, p. 700.
4 Tu que julgas. Paulo se dirige ao irmão débil, uma vez que "julgas" corresponde ao "julgue" do v. 3. CBASD, vol. 6, p. 700.
5 Julga. Do gr. krinõ, "julgar", "avaliar", "aprovar". Paulo discute então a observância de dias especiais, outra causa de discórdia e confusão entre os crentes (ver com. do v. 1; comparar com questão semelhante nas igrejas da Galácia [Gl 4:10, 11] e de Colossos [Cl 2:16, 17]). Os crentes cuja fé os capacita a abandonar imediatamente todos os feriados cerimoniais não devem desprezar os outros cuja fé é menos experiente. Nem, por sua vez, estes últimos podem criticar os que lhes parecem liberais. Cada crente é responsável por si diante de Deus (Rm 14:10-12). E o que Deus espera de cada um de Seus servos é que "esteja inteiramente convicto em sua própria mente" e siga conscientemente as próprias convicções, de acordo com a luz que recebeu. Entre os seguidores de Cristo não deve haver força nem compulsão. É o espírito de amor e tolerância que deve prevalecer. CBASD, vol. 6, p. 701.
Opinião bem definida. Ou, "plenamente convencido" (ver com. de Rm 4:21). Paulo não sugere que os cristãos não discutam assuntos sobre os quais pode haver discordância. Ao contrário, ele insiste que os crentes cheguem a conclusões claras e definidas. Mas, ao mesmo tempo, devem fazê-lo com amor por aqueles de opiniões diferentes. Não se deve privar a ninguém da liberdade de ter a própria posição quanto ao dever pessoal (comparar com DTN, 550; Ed, 17). CBASD, vol. 6, p. 701.
6 Para o Senhor. O motivo de ambas as partes é o mesmo, seja na observância, seja na negligência de um dia, no uso ou na abstinência de alimentos. O irmão mais amadurecido dá graças a Deus por "todas as coisas" (v. 2) e participa de seu alimento para a glória de Deus (cf. 1Co 10:31). Seu irmão débil dá graças a Deus por aquilo que come, e para a glória de Deus, abstém-se de alimentos que possam ter sido sacrificados aos ídolos (ver com. de Rm 14:1). CBASD, vol. 6, p. 701.
7 Vive para si. Não é só na questão dos alimentos e dos dias especiais que o cristão faz tudo "para Penhor". É seu objetivo não viver "para si próprio", para o próprio prazer e de acordo n os próprios desejos, mas "para o Senhor", para Sua glória e de acordo com Sua vontade (ver 2Co 5:14, 15). ... As palavras deste versículo têm sido muitas vezes aplicadas à influência que as pessoas exercem sobre seus semelhantes. Deve ser lembrado, porém, que este não é o sentido principal, como o contexto deixa evidente. Paulo enfatiza o pensamento de que tudo o que o cristão faz, ele o faz com referência ao Senhor. CBASD, vol. 6, p. 702.
8 Somos do Senhor. Ou seja, pertencemos a Cristo, pois Ele é o "Senhor tanto de mortos como de vivos" (v. 9). Os débeis e os amadurecidos na fé, igualmente na vida ou a morte, são responsáveis perante o Senhor, pois são propriedade adquirida para Ele (At 20:28; 1Co 6:20; Ef 1:14). Que direito alguém de julgar quem pertence a Cristo? CBASD, vol. 6, p. 702.
9 De mortos como de vivos. A inversão da ordem habitual destas palavras talvez seja devida à ordem das palavras sobre Cristo, na primeira parte da frase. Mesmo na morte, o cristão pertence a Cristo, porque, quando morre, adormece "em Jesus" (1Ts 4:14; cf. Ap 14:13). ... Este versículo é usado por alguns para defender que a alma é imortal e que a morte só transfere o crente de uma esfera de serviço consciente para outra. A interpretação está fora de sintonia com o restante das Escrituras. A questão da natureza da alma deve ser determinada com base em outras passagens que tratam da condição da alma na morte, assunto que Paulo não trata aqui (ver Jó 14:21; Ec 9:5; Jo 11:11). CBASD, vol. 6, p. 702.
10 Por que julgas [...]? Ou, "por que tu desprezas teu irmão?" O que julga o irmão é o que "come legumes", e o que despreza é o que conscientemente acredita que "pode comer de todas as coisas" (v. 2). CBASD, vol. 6, p. 702.
Todos compareceremos. Considerando que todos os crentes são igualmente súditos e servos de Deus, e que todos devem comparecer perante o mesmo tribuna], eles não têm o direito de julgar uns aos outros. Esse julgamento usurpa uma prerrogativa de Deus (Rm 14:10; cf. 2Co 5:10). CBASD, vol. 6, p. 702.
13 Não nos julguemos. A primeira razão de Paulo para não julgar é que as pessoas são responsáveis, não a si mesmas, mas a Deus, que é senhor e juiz. A segunda razão é sua regra, repetida muitas vezes, do amor cristão. Os crentes amadurecidos na fé, por amor, terão consideração pelos sentimentos e pela consciência de seus irmãos débeis, e terão cuidado para evitar ofendê-los ou confundi-los. Embora seja verdade que, em matéria de consciência, ninguém é responsável perante o outro, todos os cristãos são responsáveis pelo bem-estar mútuo. Apesar de o cristão ser livre para abandonar todos os critérios legalistas do passado, o amor ao próximo lhe proíbe de usar essa liberdade, se isso puder prejudicar um irmão "débil na fé" (Rm 14:1). CBASD, vol. 6, p. 703.
14 Nenhuma coisa. Isto é, neste contexto, os alimentos de que Paulo tratou (ver com. do v. 1). A expressão "nenhuma coisa" não deve ser entendida em sentido absoluto. Frequentemente, as palavras transmitem mais de um sentido, portanto, a definição particular, em cada caso, deve ser determinada pelo contexto. Por exemplo, quando Paulo disse:' "todas as coisas me são lícitas" (1Co 6:12), sua declaração, se isolada do contexto, seria a declaração de um libertino. O contexto, que é de uma advertência contra a imoralidade, proíbe imediatamente essa dedução. CBASD, vol. 6, p. 703.
De si mesma. Os alimentos dos quais o "débil" (v. 1) se abstém de comer, mas que o irmão amadurecido aceita, não são os tipos de alimentos que são impuros em sua própria natureza, mas devem sua mancha aos escrúpulos da consciência. CBASD, vol. 6, p. 703, 704.
Impura. Do gr. koinos, literalmente, "comum". Este termo era usado para descrever as coisas que, apesar de "comuns" para o mundo, eram proibidas aos judeus (ver com. de Mc 7:2). CBASD, vol. 6, p. 704.
Para esse fim é impura. O cristão "débil" (v. 1) crê que não deve comer alimentos oferecidos aos ídolos, por exemplo, e faz com que seja uma questão de consciência a abstinência desses alimentos. Enquanto mantém essa convicção, tal prática seria um erro para ele. Ele pode estar errado, pelo julgamento de outro ponto de vista, mas não seria adequado que ele agisse em violação do que ele conscientemente supõe que Deus requeira (v. 23). CBASD, vol. 6, p. 704.
15 Entristece. O irmão débil é ofendido e tem a consciência perturbada ao ver os crentes mais experientes entregando-se ao que ele considera pecaminoso. Essa dor pode resultar em destruição, pois ele pode se afastar da fé, o que estaria associado a práticas que considera pecaminosas, ou pode ser levado pelo exemplo dos amadurecidos a concordar com atitudes que lhe parecem pecaminosas (ver 1Co 8:10-12). CBASD, vol. 6, p. 704.
Não faças perecer. Seja o que for que influencie alguém a violar a consciência, isso pode resultar na destruição de sua fé. A consciência, uma vez violada, fica enfraquecida. Uma violação pode levar a outra até que a fé seja destruída. Portanto, o cristão que, por condescendência egoísta, mesmo sobre algo que considera perfeitamente adequado, exerce influência tão destruidora, é culpado da perda de uma pessoa pela qual Cristo morreu (cf. 1Co 8). CBASD, vol. 6, p. 704.
Cristo morreu. Ele deu a vida para salvar os débeis (v. 1), e seus irmãos não devem destruí-los por questão de indulgência sobre certos alimentos. Em comparação com o que Cristo fez, o sacrifício pedido é insignificante. Ele deu Sua vida. Certamente, os cristãos amadurecidos na fé estarão dispostos a renunciar ao prazer de alguma comida ou bebida favorita em favor dos débeis. CBASD, vol. 6, p. 704.
17 O reino de Deus. [O] presente reino da graça (ver com. de Mt 4:17; Mt 5:2, 3). ... A essência do reino de Deus não está em coisas exteriores, mas na graça interior da vida espiritual. CBASD, vol. 6, p. 704, 705.
Comida nem bebida. Ou, "comer e beber". Estas questões são insignificantes, quando comparadas com o que, na verdade, constitui o reino de Deus. CBASD, vol. 6, p. 705.
Paz. Inclui não só a reconciliação com Deus (Rm 5:1), mas também a harmonia e o amor na igreja (cf. Rm 14:19; Ef 4:3; Cl 3:14, 15). CBASD, vol. 6, p. 705.
Alegria no Espírito Santo. Esta é a condição dos que "vivem no Espírito" (Gl 5:25; cf. Rm 15:13; Gl 5:22; 1Ts 1:6). Os amadurecidos na fé entendem que o reino de Deus consiste em graças espirituais como estas, e não em coisas materiais como comida e bebida. Assim, no que diz respeito à liberdade cristã no comer e beber, eles preferem restringir a própria liberdade a permitir que o exercício dela destrua a paz da igreja (Rm 14:13). CBASD, vol. 6, p. 705.
18 Deste modo. O crente que age com amor conquista a boa vontade de seu irmão, em lugar de colocar uma pedra de tropeço em seu caminho. CBASD, vol. 6, p. 705.
20 Destruas. Do gr. kataluõ, literalmente, "derrubar". A palavra é usada para descrever a demolição de algo que foi construído. Portanto, dá-se sequência aqui à figura iniciada com o termo "edificação", literalmente, "construção", no v. 19. Pela mera questão de comida, os cristãos não podem lutar contra Deus, derrubando e destruindo o que Ele construiu. CBASD, vol. 6, p. 705.
Com escândalo. Paulo estaria dizendo que "é errado a pessoa ser uma pedra de tropeço para os outros por causa do que come". CBASD, vol. 6, p. 705.
21 É bom. O cristão amadurecido deve estar disposto a abrir mão de sua liberdade nessas questões relativamente insignificantes, em vez de ofender o irmão débil (cf. 1Co 8:13). CBASD, vol. 6, p. 705.
Vinho. Evidentemente, a carne e o vinho eram os principais objetos de escândalos religiosos para os "débeis", provavelmente porque era usados pelos pagãos nos sacrifícios aos ídolos. CBASD, vol. 6, p. 705.
22 Tem-na para ti mesmo. Esta fé não deve ser exercida abertamente para escandalizar (v. 1) o "débil", mas deve ser mantida entre si mesmo e Deus. CBASD, vol. 6, p. 706.
Bem-aventurado. Do gr. makarios (ver com. de Mt 5:3). Esta é a felicidade diurna consciência clara e confiante. CBASD, vol. 6, p. 706.
23 Tem dúvidas. Ou, "debate dentro de si mesmo". Isto se compara à pessoa de coração dividido (Tg 1:6; cf. Mt 21:21; Mc 11:23; Rm 4:20). CBASD, vol. 6, p. 706.
É condenado. Do gr. katakrinõ, "condenar". Aquele que come, apesar das dúvidas de sua consciência, é condenado. CBASD, vol. 6, p. 706.
Fé. Paulo afirma aqui que, se o cristão não age por convicção pessoal de que o que faz é certo, mas, em vez disso, segue o juízo de outros, sua ação é pecaminosa. Não se deve violar a própria consciência. Mas ela pode requerer treinamento. Pode sinalizar que certas coisas sejam erradas, quando de fato podem não ser. Assim, até que seja convencido pela Palavra e pelo Espírito de Deus de que determinada atitude é boa, o crente não deve seguir a consciência por si só. Não deve fazer dos outros o critério para sua conduta; deve ir às Escrituras e aprender por si mesmo seu dever sobre o assunto (ver T2, 119-124). CBASD, vol. 6, p. 706.
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