quarta-feira, 31 de julho de 2013

Jó 35 - Deus é afetado pelo que Suas criaturas fazem?

Se as tuas transgressões se multiplicam, que Lhe fazes? O argumento é de que o Deus que criou os céus não é influenciado nem intimidado pelo pecado do ser humano: Seu poder não é diminuído, Ele não é prejudicado, nem Sua dignidade, ferida.

Que Lhe dás [...]? Por outro lado, defende Eliú, a justiça humana não pode beneficiar a Deus, nem colocá-Lo sob ogrigação para com o homem.

A tua impiedade só pode fazer mal ao homem. Segundo o raciocínio de Eliú, os resultados da iniquidade ou da justiça são sentidos, não por Deus, mas pelo próprio ser humano. Deus está tão afastado dos efeitos do pecado ou da justiça humana que não há motivo para Ele não ser estritamente justo. Desta forma, onde deve haver recompensa, haverá, e onde deve haver castigo, haverá. Portanto, há vantagem em ser justo. Deus é exaltado demais para modificar a lei da causa e do efeito quer, na estimativa de Eliú, exige a recompensa para o justo e a punição para o malfeitor. Em outras palavras, a impiedade ou a justiça de um homem afeta somente a ele, não a Deus. A filosofia de Eliú, neste particular, deixa de reconhecer o estrito vínculo que existe entre Deus e Suas criaturas. Eliú vê a transcendência de Deus, mas deixa de ver Sua proximidade daqueles que criou. O evangelho apresenta um Deus amoroso, que é afetado pelo que Suas criaturas fazem e que Se relaciona com elas de maneira pessoal (ver Hb 4:15).

Fonte: Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol. 3.

Jó 35

Comentário devocional:


Eliú desafia a Jó: "Você disse: ‘A minha justiça é de Deus” " (V. 2). E continua: "Você diz: "No que eu me beneficiarei? Que lucro eu terei do meu pecado? "(Versículo 3). Como um crente em Deus, Jó formula corretamente estas perguntas. Segundo o autor,  esta é a tradução literal do hebraico, contudo a maioria das modernas traduções vertem de forma diferente.


Segundo Eliú: "Não há quem pergunte: ‘Onde está Deus, o meu Criador, que de noite faz surgirem cânticos... Quando clamam, ele não responde, por causa da arrogância dos ímpios" (vv. 10, 12).


Diante da expectativa de Jó em relação a um processo judicial, Eliú diz: "a sua ira jamais castiga, … ele não dá a mínima atenção à iniquidade" (v. 15, NVI). Ele não está correto nestas afirmações. Eliú acusa a Deus de não se importar o suficiente a ponto de visitar a raça humana com Sua ira. Mas Jó entende de forma diferente e expressou isso anteriormente.


Eliú acusa Jó de abrir a boca com vaidade e multiplicar suas palavras sem conhecimento (versículo 16). No entanto, quem está multiplicando palavras com vaidade é o próprio Eliú.



Querido Deus,


Nós também queremos dizer juntamente com Jó, que a nossa justiça vem de Ti e que nada lucraremos com o pecado em nossas vidas. Neste ambiente hostil em que nos encontramos, as pessoas torcem nossas palavras e deturpam nossas intenções. Abençoe o trabalho que fazemos para Ti. Amém.



Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul



Traduzido e adaptado por JDS


Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/Jó/35/


Texto bíblico: Jó 35

terça-feira, 30 de julho de 2013

Jó 35 - resumo

Resumo: 1 O homem não pode comparar-se a Deus, porque nossa bondade ou maldade não O afeta. 9 Muitos clamam em suas aflições, mas não são ouvidos por falta de fé (CBASD, vol. 3, p. 666).


Eliú tinha atribuído a Jó o argumento de que a justiça não traz mais vantagem para o homem do que a prática do pecado (34.9, cf 21.15, onde Jó atribui tal atitude ao ímpio); agora [Eliú] mostra que o Deus transcendente não é afetado pelo comportamento humano, e que só outros homens ficam prejudicados ou ajudados pelos vícios da humanidade (5-8). Se alguém ora a Deus e não recebe resposta; isto é mais uma prova da sua própria impiedade do que uma indicação de que Deus não considera os justos (9-13). Jó podia escolher o caminho da confiança em Deus, para o perdão, ou rebeldia, para então merecer mais castigo; portanto, não é justiça do domínio de Deus que deve ser impugnada (14-16) (Bíblia Shedd).

Texto bíblico: Jó 35

Jó 34

Comentário devocional:


Sem experiência e ainda em sua juventude, Eliú deseja ensinar a sabedoria.  Sendo assim, ele fala de um modo mais inseguro. Ele pede aos sábios para ouvi-lo, sabendo que a sabedoria vem com a idade. Ele sabe que ouvidos críticos estarão testando suas palavras (versículos 1-3).


Como um meio de estabelecer a verdade, Eliú apela para o consenso geral. "Tratemos de discernir juntos o que é certo e de aprender o que é bom" (v. 4, NVI). Edward Heppenstall, teólogo adventista, disse em uma palestra: "a verdade é a verdade, independentemente do voto da maioria. A autoridade bíblica deve estar acima decisões humanas".


Eliú, então, pede que os homens compreensívos o ouçam: "Longe de Deus esteja o fazer o mal, e do Todo-poderoso o praticar a iniquidade. Ele retribui ao homem conforme o que este fez, e lhe dá o que a sua conduta merece" (versículo 10, 11, NVI). Ele está raciocinando sem levar em conta a realidade do Grande Conflito. Apesar de sua pretensa sabedoria, ele vai acabar tendo um falso conceito de Deus. Ele tenta atribuir a Deus todos os resultados, bons ou maus. Eliú destaca a soberania de Deus e que por si só não é errado, porque quem deu autoridade a Deus sobre a terra e que colocou todo o mundo habitado sob o seu cuidado? (Versículo 13).


Eliú tem uma visão diferente da graça de Deus e da retribuição. "Suponhamos que um homem diga a Deus: ‘Sou culpado, mas não vou mais pecar’ " (v. 31, NVI). "Deveria Deus recompensá-lo nesses termos?" (Verso 33,  tradução do original pelo autor).


Segundo Eliú, Jó deveria sofrer “a mais dura prova, por sua resposta de ímpio!” (v. 36, NVI). Ele sente que Jó está adicionando transgressão ao seu pecado, ao multiplicar suas palavras contra Deus (verso 37).


Querido Deus,


Os jovens gostam de falar e o fazem mesmo sendo inexperientes. Eles facilmente criticam e desdenham do pensamento alheio. Oramos para que com o passar do tempo eles percebam suas falhas e amadureçam a fim de que possam fazer um bom trabalho nas posições de liderança que assumirem. Amen.


Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul



Traduzido e adaptado por JDS


Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/Jó/34/

Texto bíblico: Jó 34

Jó 34 - resumo

Resumo: 1 Eliú acusa Jó de atribuir injustiça a Deus. 10 O Deus todo-poderoso não pode ser injusto. 31 O homem deve humilhar-se diante de Deus. 34 Eliú repreende Jó. (CBASD, vol. 3, p. 663)

1-9 Eliú condensa os discursos de Jó em duas queixas: a de acusar a Deus de ser injusto por desferir golpes de puro capricho contra um homem justo, (5,6), idéia esta rejeitada por Eliú (7) e de declarar que de nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus (Bíblia Shedd).

10-33 Eliú afirma que Deus é justo, e que colocou o homem num universo moral, no qual colhe o fruto daquilo que semeia, seja coisa boa ou má (10-12). Declara que a autoridade absoluta só pertence a Deus (13-15), e que o domínio de Deus é perpétuo por ser um domínio de justiça (17-19). A onisciência de Deus é outra garantia de Sua justiça (20-18). [Segundo Eliú,] Jó revelara ignorância ao queixar-se de Deus, pois o Deus justo só envia sofrimento para o benefício do homem, motivo para Lhe prestarmos culto (29-33) (Bíblia Shedd).

34-37 Eliú invoca o veredito dos homens de entendimento em relação às palavras rebeldes de Jó, pois considera que sua atitude rebelde é mais terrível do que as próprias tribulações, que decerto continuarão até Jó se arrepender de sua rebeldia (Bíblia Shedd).

Texto bíblico: Jó 34

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Jó 33

Comentário devocional:

Para quem chegou agora, Eliú é o jovem que saltou para falar depois que Jó terminou seu discurso no capítulo 31. No capítulo 32 como um homem jovem, provavelmente 30 anos de idade, e falando em público pela primeira vez, ele pediu permissão para falar. Neste capítulo, ele começa seu discurso.

Em um longo parágrafo de abertura ele pediu a Jó para ouvir com atenção tudo o que ele tinha a dizer (v. 1). Jó ouvirá agora as palavras e o conhecimento que vêm de sua bocae que vem da retidão de seu coração (versos 2-3). Primeiro, ele concorda com Jó que o "Espírito de Deus me fez" (v. 4). Era comum o orador mencionar o papel do Espírito como Jó o fez em 27:3 ou como Zofar fez em Jó 20:03. Eliú destaca que o seu espírito era de entendimento baseado na razão. Então, convida Jó que o conteste, se sentir que pode fazê-lo (v. 5). E declara que mantém a mesma relação com Deus como criatura vinda do barro [lembrando a criação em Gênesis] (v. 6).

Como Jó pode falar sobre a "formação a partir do barro", declaração que foi registrada por Moisés em Gênesis 2:7, quando Gênesis foi escrito por Moisés, anos mais tarde? Moisés citou Gênesis 1-5 do Livro de Adão (Gênesis 5:1). É possível que, quando Moisés fugiu do Egito na noite em que matou o egípcio, por homicídio culposo, sua mãe lhe tenha dado o Livro de Adão. O manuscrito da criação foi conhecido pelas gerações pré-diluvianas, Noé, e sua posteridade. Adão tivera mais de 900 anos para confirmar este manuscrito, e Matusalém conviveu com Adão e também com Noé, que viveu até Abraão. Não há dúvida de que a Palavra de Deus é certa e possua autoridade.

Eliú reconhece que ele também é humano e seja o que ele disser, isto não será tão pesado para Jó, como se Deus estivesse falando com ele (vers. 7). Mas questiona as palavras que ouvira de Jó (v. 8): "Estou limpo e sem pecado, estou puro e sem culpa. Contudo, Deus procurou em mim motivos para inimizade” (v. 9-10 NVI).

Sabemos que Jó estava certo em proclamar sua pureza, mas Eliú se ofende contra sua afirmação: "Nisto não tens razão " (v. 12). "Por que contendes com Ele?” E afirma que Deus não tem que prestar conta ao homem de tudo o que Ele diz e faz (v. 13). 

Então Eliú começa a contestar dois argumentos apresentados por Jó: que é inocente e seu pedido por um juízo investigativo e por um Defensor. Eliú diz que Deus fala com os seres humanos de duas maneiras: em sonhos ou visões da noite (v. 14-15), quando, então, fala aos 
homens e lhes transmite instruções (v. 16). A razão pela qual Deus se revela, diz Eliú, é para conter a ação de um homem que pode levar à sua destruição ou a perecer pela espada (versos 17-18).

Eliú acredita que se um homem é forte na fé, Deus então proverá somente sucesso para ele. O homem é disciplinado no leito de dor, afirma ele (v. 19). Em seguida, descreve o que acontece com o doente que é "levado a achar a comida repulsiva e a detestar na alma sua refeição preferida" (v. 20). Sua carne definha, seus ossos aparecem (v. 21) e sente a morte se aproximar (v. 22). 

Eliú fala sobre a crença de que um anjo está sobre cada pessoa e se essa pessoa está perto de Deus, ela pode ser declarada redimida e as bênçãos surgirão (v. 23). Deus, que  é misericordioso, diz: "Poupa-o de descer à cova; encontrei resgate para ele " (v. 24). 

Do seu ponto de vista, Eliú pensa que a pessoa doente, que é inocente e encontrou um intercessor, será curada. A restauração trará jovialidade a ela (versículo 25). Se a pessoa doente implorar a Deus e esconder seu rosto em oração, Deus Se deleitará nela e lhe devolverá a sua justiça (v. 26). O homem então diria que apesar de ter sido punido não o foi quanto o merecia (v. 27), porque Deus impediu que ele descesse à sepultura (v. 28). Eliú sente que Deus faz isso não só uma vez, mas duas e três vezes com o homem (v. 29), trazendo o homem da situação de morte certa para ser iluminado com a luz da vida (v. 30).
Eliú pede a Jó para ouvi-lo bem. Se Jó tiver algo a dizer, ele pode responder. É desejo de Eliú justificar Jó (v. 31-32). Se Jó não tiver resposta, então ele deve manter a calma e Eliú irá ensiná-lo (v. 33).

Querido Deus,
O objetivo de lermos as Escrituras é obter uma compreensão adequada do Seu caráter e personalidade. Protege-nos de nos fixarmos em qualquer doutrina errônea ou que traga luz superficial sobre Seu caminho de salvação. Concede-nos a segurança da nossa salvação por Te conhecer pessoalmente e interagir conTigo. Amém.

Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul
Trad/Adap JAQ/GASQ

Texto bíblico: Jó 33

domingo, 28 de julho de 2013

Jó 32

Comentário devocional:

No último verso do capítulo anterior, Moisés, o escritor, deu-nos uma visão de uma perspectiva ampla (de águia) sobre a relação entre Jó e seus três amigos. E no primeiro verso deste capítulo ele escreve: "Então, aqueles três homens cessaram de falar com Jó, porque ele é justo em seus olhos."

Estes três amigos eram mais velhos do que Eliú, o próximo orador. Ele tinha, provavelmente, mais de 30 anos, a idade mínima para poder falar em público. Moisés registra que Eliú estava "vermelho de raiva" (v. 2). "Se acendeu a ira de Eliú porque Jó pretendia ser mais justo do que Deus". Também se acendeu a ira de Eliú contra os seus três amigos, "porque mesmo não achando eles o que responder, condenavam a Jó" (v. 3).

Moisés explica que Eliú havia ficado quieto por ser mais jovem (v. 4). Finalmente, depois de um longo período de silêncio, a ira de Eliú se acendeu, vendo "que os três não tinham mais nada a dizer" (v. 5, NVI).

No estilo típico da Ásia, o jovem manteve-se em silêncio, respeitando a primazia dos mais velhos (v. 6), pensando que a experiência se traduziria em sabedoria (v. 7). Eliú também sabia que nem sempre os mais velhos adquirem e demonstram sabedoria (v. 9).

Então Eliú sentiu que deveria falar (v. 10). Ele havia esperado por suas palavras, ouviu os seus motivos, enquanto pensava no que dizer (v. 11). Quando as pessoas começam a procurar palavras a conversa está perto do fim.

Moisés certamente assistiu a muitas reuniões no palácio de Hatshepsut e sabia muito bem que, quando uma pessoa de importância fala todos se aquietam enquanto ele fala com vigor, mas em um determinado ponto o tom de voz se abaixa assinalando o fim do discurso.

Eliú diz aos seus amigos: "nenhum de vocês demonstrou que Jó está errado. Nnehum de vocês respondeu aos seus argumentos " (v. 12 NVI). E os acusou de reconhecer sabedoria em Jó (verso 13). Enquanto seus amigos se mantinham mudos (v. 15), Eliú continuava esperando por respostas, porém eles se mantinha em silêncio (v. 16). Ele anuncia que também falará (v. 17) e que não consegue se conter (v. 19).

Eliú pede permissão para falar (v. 20), declarando que será imparcial e nem lisonjeará ninguém (v. 21). Ele afirma que se assim procedesse seria levado [morto] pelo Seu Criador. Eliú não aprendera ainda a falar de modo gracioso, porém sem falsidade.
 
Prezado Senhor,
Participamos muitas vezes de reuniões onde temos de ouvir muitas discussões, muitas delas em Seu nome. Vemos Eliús nestas reuniões, que se ardem por falar e desejam impor suas opiniões. Apesar destes inconvenientes, sabemos que reuniões e debates são Seus modos de resolver problemas, somando sabedorias através de diferentes pontos de vista. Dá-nos compreensão, tato e, se necessário, paciência para aceitar o que não podemos mudar. Amém.


 
Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul
Trad/Adap GASQ/JAQ

sábado, 27 de julho de 2013

Jó 31

Comentário devocional:

Jó quer tratar aqui de sua inocência. Ele tinha feito um "pacto" com os olhos, "de não olhar com cobiça para moças" (v. 1, NVI). Este texto é suficientemente claro em qualquer versão, dispensando qualquer pesquisa e análise adicional, mostrando que Jó não permitia que seus olhos se demorassem sobre o que lhe pudesse sugerir pensamentos que turbassem sua comunhão com Deus, mantendo seus desejos sob domínio do Espírito. Que porção, portanto, ele poderia esperar receber de Deus se alimentasse uma mente impura? (v. 2). Ele sabe que os ímpios só podem esperar a ruína (v. 3). E que Deus conhece os “caminhos” de sua vida, num testemunho de quem andava nos caminhos de Deus (v. 4).

A partir do versículo 5 em diante, quase quinze vezes, Jó usa uma fórmula que podemos descrever como: Se for encontrado nele algum mau comportamento, que se abata sobre ele uma maldição. Ele defende sua integridade e diz que as acusações de ser falso e enganador (como os amigos repetidamente acusavam Jó) (v. 5) não tinham fundamento e invoca ao próprio Deus que o avalie imparcialmente (pesasse com balança justa), atuando como testemunha em seu favor (v. 6).

Jó continua: Se o seu coração ceder aos seus desejos e persistir de fazer o mal (v. 7), que ele semeie e outro coma (v. 8); Se o seu coração for seduzido por uma mulher casada e ele chegar a espreitar à porta do seu próximo (v. 9), que sua própria mulher se transforme em escrava e concubina de outros (v. 10).

No verso 11, Jó enfatiza que está plenamente consciente de que más ações precisam punição adequada, em especial à cobiça sexual, porque é “fogo que consome até à destruição” (v. 11 e 12).

Caso Jó desprezasse conscientemente o direito de seu servo e serva, criaturas e filhos de Deus como ele próprio, como poderia estar perante Deus, quando Ele se levantar (v. 13-15)?  Se Jó ignorou os pobres e necessitados, em especial a viúva, o órfão e o faminto, o que padece com frio, que seu braço, símbolo de sua capacidade de fazer algo, lhe seja arrancado (v. 16-22).

Jó fornece então o maior motivo de sua inocência: ele vivia sempre na consciência da presença de Deus, O amava e reverenciava, com temor (v. 23). Se Jó tivesse colocado acima de Deus suas riquezas (pois tinha muitas posses) ou qualquer outra coisa, incluindo o sol, lua e estrelas (que tanto fascinavam os povos antigos), ele sabe que mereceria a condenação (versos 24-28).

Jó ainda se declara inocente de ter se alegrado com a infelicidade e desgraça de seus inimigos, ou mesmo desejado intimamente este mal (v. 29-30); de ter recusado alimento ou abrigo ao estrangeiro e viajante (v. 31-32) ou cometido qualquer dos pecados que seus amigos falsamente lhe atribuíram. E afirma que nunca deixou de fazer o mal tão somente por temer a voz da multidão ou desprezo das famílias (v. 33 e 34) ou de ter se calado em defesa de uma causa justa.

Nos versos 35 a 37 Jó descreve o quanto almeja que alguém o ouça (v. 35). Moisés, o escritor do livro de Jó também era um profeta e não podemos deixar de relacionar o que disse com as cenas de juízo investigativo de Daniel 7. Ele viu, como Abraão (Jo 8:56), a Cristo como seu Advogado (Heb. 11:26).

Após isto, Jó volta às condições e maldições: se ele tivesse sido desonesto ao adquirir suas propriedades, que seu solo produza, espinhos ao invés de trigo e ervas daninhas em vez de cevada.

Estas foram as últimas palavras de lamento e auto defesa de Jó. Ele só voltará a falar após os discursos divinos, apresentando breves palavras de arrependimento (40:4,5; 42:2 a 6).

Querido Deus,

Abraão e Moisés já sabiam que necessitavam de um intercessor no Céu, Alguém que fosse um divino Príncipe da Paz, que tivesse acesso ao próprio Deus. Nós não queremos nada entre nós e nosso Advogado, Jesus Cristo. Nada mesmo. Amém.  

Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul
Trad/Adap JAQ/GASQ


Texto bíblico: Jó 31

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Jó 30

Comentário devocional:

Este capítulo nos revela mais a respeito de Jó e de sua situação. Ele lamenta que jovens riam de sua doença. Eles não têm nenhum respeito pelos mais velhos e demonstram, pelas suas ações, que seus pais não lhes transmitiram nenhuma formação, tendo, assim, menos valor que os cães pastores de Jó (v. 1).

Aqueles que dele zombam não tem força produtiva (v. 2); são "perdedores", expulsos da sociedade (v. 3). São desabrigados que tem de viver de folhas e raízes silvestres de qualidade inferior (verso 4).

Jó deixa transparecer em seu lamento a dor de ser zombado por pessoas sem valor, a quem provavelmente forneceu ou teria fornecido apoio em forma de trabalho. Estes sem-teto moram em cavernas ou em desfiladeiros sombrios esculpidos pela água ou, ainda, como animais entre os arbustos (versos 6-7).

É destas pessoas sem nenhuma classe, racionalidade ou sensatez, os "escorraçados da terra" (v. 8) que Jó, outrora honrado e reverenciado, recebe zombaria e escárnio. Quando não estão explicitamente evitando a sua presença, chegam a mostrar o seu desprezo cuspindo-lhe na cara  (v. 9 e 10).

Jó lamenta não ter nem mesmo forças, que lhe teriam sido retiradas por Deus, para resistir aos maus tratos dos escarnecedores (v. 10). E passa a descrever a intranquilidade da sua vida presente, as aflições da doença que lhe aflige de dia e de noite (v. 16, 17), que afeta até suas vestes, que se tornaram desfiguradas e imundas (v. 18), humilha terrivelmente a Jó (v. 19) e o faz sentir desamparado de Deus (v. 20). Jó, em seu desespero, chega a atribuir seu sofrimento à crueldade divina (v. 21), que o arrasta como um tornado e o rasga como faz um raio (v. 22), não vendo outro destino preparado por Deus para si que não a morte (v. 23).

Jó confirma a sua inocência, desejando que, assim como ele olhou pelos necessitados, Deus dele se lembrasse e lhe desse socorro (v. 24): ele chorou por aqueles que atravessavam dias difíceis, se angustiou pelo necessitado (v. 25).

Ele se declara surpreso porque quando esperava o bem, o mal chegou (v. 26). Dias de angústia tomaram conta dele (v. 27) e a tristeza lhe invade, tornando os seus dias emocionalmente cinzas, sem luz (v. 28). Afastado das pessoas, sente-se como um animal selvagem para a sociedade (v. 29). Sua pele escureceu e sente febre até os ossos. As únicas músicas que refletem suas emoções são músicas fúnebres e de lamento (v. 30).

Querido Deus,
O que podemos aprender com Jó é que ele permaneceu fiel apesar da sua tribulação. Que possamos também permanecer inabaláveis. Amém.

Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul
Traduzido e adaptado por GASQ/JDS/JAQ

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Jó 28 Onde achar a verdadeira sabedoria

Jó 28:13 "O homem não conhece o valor dela, nem se acha ela na terra dos viventes".

Jó declara que a sabedoria não pode ser encontrada entre os vivos. É natural para as pessoas que não entendem a importância da Palavra de Deus buscarem a sabedoria aqui na terra. Eles buscam filósofos e outros líderes por uma direção para a vida. Entretanto, Jó disse que a sabedoria não é encontrada aqui. Nenhum líder ou grupo de líderes podem produzir suficiente conhecimento ou ponto de vista que explique a totalidade da experiência humana. A interpretação maior [orig: ultimate] da vida, de quem somos e para onde estamos indo, deve vir de fora e acima de nossas vidas mortais. Quando buscando por orientação, busque a sabedoria de Deus como revelada na Bíblia. Para sermos elevados acima e além dos limites da vida, devemos conhecer e confiar no Senhor da vida (Life Application Study Bible Kingsway),   

Jó 29


Comentário devocional:

Este capítulo é conhecido como as “Reminiscências de Jó” ou o “Resumo da Defesa de Jó.” É como se alguém estivesse contando histórias de seu passado. O desejo de Jó no capítulo 29 é de "voltar aos bons velhos tempos". E estes dias incluíam a Deus em todas as circunstâncias: "...como nos dias em que Deus me guardava" (v. 2). 
A luz de Deus brilhava sobre a cabeça de Jó e Ele conduzia Jó através dos tempos de incerteza (“trevas”, v. 3). Jó desfrutava da amizade de Deus (v. 4) e da companhia dos filhos (v. 5). E mesmo dos terrenos rochosos [as dificuldades] as oliveiras lhe concediam abundância de azeite [benefícios e conforto](v. 6).

Ao dizer que possuía um assento na praça da cidade (v. 7), Jó destaca a honra e respeito que lhe concediam. Mesmo os jovens lhe davam lugar e os idosos se levantavam em sua presença (v. 8). Príncipes e nobres ficavam em silêncio em sua presença (v. 9, 10). Os que o ouviam apreciavam suas palavras e os que o viam o elogiavam, prontos a testemunhar de suas boas ações (v. 11). Ele acudia e livrava o miserável, o órfão e a quem mais não tinha quem o socorresse (v. 12); ele era abençoado por aqueles a quem salvava da morte e tornava felizes as viúvas a quem acudia (v. 13). A justiça e o equilíbrio de Jó o cobriam como se delas estivesse vestido (v. 14); Jó ajudava os “cegos” a verem a realidade e ajudava os “coxos” a saírem de situações difíceis (v. 15). Ele era um pai para os necessitados e defendia o direito até mesmo daqueles a quem não conhecia(v. 16). Socorria os inocentes, salvando-os do poder (“seus dentes”) dos injustos (v. 17).

 Percebe-se que a motivação de Jó era a voz tranquilizadora do Espírito Santo, que o aconselhava sobre o que era certo e errado. Jó sabe que será abençoado porque morrerá em paz, em sua casa, com longa idade. Ele se fortalecerá como árvore plantada junto a águas (ver Sl 1:3) e que mesmo à noite recebe orvalho (v. 19). A honra de Jó será renovada, assim como sua força, tornando-o novamente capaz de retesar um arco forte e atirar a flecha longe, como antes (v. 20). 

Depois de falar sobre a sua maneira de lidar com os outros, Jó retorna à lista de manifestações de consideração e respeito que ele, como um rei, recebia. Todos o ouviam e esperavam até que ele terminasse de falar, aguardando pelo seu conselho (v. 21), sem questionar suas decisões (v. 22), recebendo suas palavras como a terra recebia as chuvas da primavera, que amadureciam os frutos (v. 23). 
A apreciação de Jó era muito valiosa para as pessoas que o procuravam: “Quando eu lhes sorria, mal acreditavam” (v. 24, NVI). Como um rei à frente de suas tropas, Jó lhes indicava o melhor caminho a seguir, , confortando os que choravam (v. 25), mostrando força, capacidade de liderança, motivação, com sensibilidade.

Querido Deus,
Teu desejo é que vivamos como Teus filhos e filhas, tendo a certeza do nosso valor como príncipes e princesas do grande Rei. Como Jó, queremos ser bênção aos que nos rodeiam, enquanto trabalhamos para aproximá-los de Ti. Para tua honra e glória. Amém.

Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul

Trad/Adap JAQ/JDS


Texto bíblico: Jó 29

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Jó 28 - comentários

Este capítulo é um belo poema sobre a sabedoria, mostrando que ela está inteiramente fora do alcance do homem, a não ser quando procurada no espírito de temor ao Senhor. Jó, vendo quão insolúvel é o problema do destino dos justos e dos injustos, e conhecendo a falência dos argumentos dos seus amigos, decide, então, entregar sua sorte, juntamente com suas dúvidas, diretamente nas mãos de Deus (Bíblia Shedd).

Este capítulo é uma das mais antigas e belas obras de história natural do mundo. É também um dos grandes poemas da literatura universal. O capítulo não é argumentativo, senão meditativo. Seu objetivo parece ser mostrar que o ser humano deve aceitar a providência divina, ainda que não a entenda. Jó mostra que o homem fez surpreendentes descobertas com respeito á natureza, mas a verdadeira sabedoria se encontra somente no temor do Senhor. A mineração do ouro e da prata é mencionada como um exemplo da habilidade humana (CBASD, vol. 3, p. 642).

3 Os homens põem termo á escuridão. As lanternas dos mineiros põem fim à escuridão debaixo da terra (Bíblia Shedd).

5 revolvida como fogo. "Os túneis seguiam os veios de quartzo até o interior da montanha. O fogo era usado para fazer com que a pedra ficasse quebradiça, e então ela era extraída com o uso de enxadas por homens que usavam lamparinas. O quartzo era esmiuçado, transformado em pó e lavado até que permanecesse só o ouro" (Erman, Life in Ancient Egipt,p. 463-22, citado em  CBASD, vol. 3, p. 643).

7,8 essa vereda [NVI: "caminho oculto"]. Ninguém conhece o "caminho" de Deus. Jesus comparou-o ao vento (v. Jo 3.8). É maravilhoso pensar que Deus é onipresente e que, ainda assim, pode ter uma presença imediata (Bíblia de Estudo NVI Vida).

9 revolve. A idéia é que nada, por mais difícil que seja, nem mesmo o trabalho de cortar a rocha mais dura, detém o mineiro em sua tarefa (CBASD, vol. 3, p. 643).

11 Tapa os veios de água. A referência talvez seja à criação de barragens, diques e outras formas de represamento para controlar a água no processo de mineração (CBASD, vol. 3, p. 643).

o que estava escondido. Tesouros ocultos, ouro e pedras preciosas que estão nas profundezas da terra. A ilustração foi admiravelmente escolhida. O objetivo de Jó era mostrar que a verdadeira sabedoria não podia ser encontrada pelo conhecimento humano ou por mera investigação. Portanto, ele escolhe um exemplo em que o ser humano demonstra grande habilidade e sabedoria, e em que adentra mais longe na escuridão. Ele escava poços através das rochas, fecha fontes que esguicham e desnuda tesouros ocultos. Tudo isso, porém, não o capacita a compreender como funciona o governo de Deus (CBASD, vol. 3, p. 644).

13 nem se acha ela na terra dos viventes. O homem precisa olhas para uma fonte mais elevada de sabedoria. A verdadeira sabedoria vem por revelação divina (CBASD, vol. 3, p. 644).

14 O abismo diz: ela [a sabedoria] não está em mim . Do heb tehom. A idéia é que as vastas profundezas podem ser investigadas, mas a verdadeira sabedoria não se encontra desta forma (CBASD, vol. 3, p. 644).

15 ouro fino. São usadas quatro diferentes palavras hebraicas para aumentar a força da figura, indicando que não existe nenhum tipo de ouro que possa comprar a sabedoria (CBASD, vol. 3, p. 644).

20 Donde, pois, vem, a sabedoria [...]? Em vista do fato de que a sabedoria não pode ser obtida pela mineração nem comprada, onde é possível encontrá-la? Esta pergunta, feita no v. 12, é repetida para ênfase. É a pergunta básica considerada no capítulo (CBASD, vol. 3, p. 644).

22 abismo. Do heb. 'abaddon (ver com. de Jó 26:6) (CBASD, vol. 3, p. 644).

23 Deus lhe entende. O ser humano estendeu as investigações da ciência muito além dos limites de conhecimento alcançado nos dias de Jó. Ele mergulhou nos segredos do átomo. Contudo, a declaração de Jó é tão verdadeira hoje como quando foi proferida. A verdadeira sabedoria só vem por revelação divina (CBASD, vol. 3, p. 644, 645).

25 vento [...] águas. Estas coisas, que estão entre os elementos mais incontroláveis da terra, estão sob o controle de Deus (CBASD, vol. 3, p. 645).

"Muito antes de se reconhecer cientificamente que o ar possuía peso (a força exercida sobre um corpo pela atração gravitacional da terra), a Bíblia já o disse" (Richard Gunther, citado em  Bíblia de Estudo NVI Vida).

27 viu Ele a sabedoria e a manifestou. Esse versículo usa uma série de verbos para revelar a relação de Deus com a sabedoria. Só Deus a compreende e revela. A sabedoria não tem nenhuma outra fonte (ver Pv 8:22-30). Ela não é resultado do acaso; está em Deus, uma vez que Ele é a causa primeira de todas as coisas (CBASD, vol. 3, p. 645).

28 eis que...  Jó indica a seus ouvintes a conclusão para a qual todo o capítulo converge. O que é a sabedoria? A resposta é dada: "o temor do Senhor". O devido reconhecimento de Deus e a submissão a Ele constituem o fator de suprema importância. Humildade, reverência, respeito, adoração e fé são aspectos da sabedoria que ultrapassam o conhecimento terreno. O que é o entendimento? A resposta é igualmente clara: "o apartar-se do mal". O entendimento é mais do que intelectual - é ético; exige um padrão de vida. Reverência e retidão são os dois grandes requisitos divinos (CBASD, vol. 3, p. 645).

O caminho para se obter a verdadeira sabedoria é a comunhão com o próprio Deus (Bíblia Shedd).

Jó 28

Comentário devocional:

Neste capítulo Jó quer contrastar tecnologia e sabedoria: tecnologia nos versos 1-11 e sabedoria real, a que importa, nos versos 12-28.

O Homem procura por ouro, prata, diamantes, metais preciosos, ferro e cobre na escuridão dos túneis das minas (versos 1-2), até mesmo à "sombra da morte", pendurado em um poço aberto (versos 3-4). Jó lida com os extremos para mostrar o trabalho do homem, através de sua tecnologia. O homem abre caminhos ocultos aos animais da superfície e do céu (v. 7-8), vai até às raízes das montanhas (v.9) e desvia veios de água subterrâneos para trazer "à luz o que estava escondido". Desenvolve técnicas para obter tesouros, mas não consegue obter o que existe de mais valioso: a sabedoria.

A seguir, Jó muda seu foco da excelência humana para a verdadeira sabedoria. Onde ela está? (v. 12). O homem não sabe o seu valor e não sabe onde ela pode ser encontrada (v. 13). O abismo e as profundezas não podem revelar este precioso tesouro (v.14). A verdadeira sabedoria não pode ser comprada por prata ou ouro (v.15-16).

Moisés, o escritor, talvez se lembrasse aqui dos tesouros do palácio de Hatshepsut, e sabia que havia descoberto a verdadeira sabedoria: "considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito" (Hebreus 11:26). Jó está também procurando por esse tipo de sabedoria.

Depois de mostrar que a sabedoria é muito superior a ouro e pedras preciosas, os mais valiosos tesouros terrenos v. 16-19), Jó repete no verso 20 a sua pergunta do verso 12: Onde se pode encontrar a verdadeira sabedoria? Jó reconhece que ela está oculta a todos os seres da terra, mesmo às aves do céu, que podem enxergar longe, do alto (verso 21).

Jó repete no verso 22 sua referência (do v. 14) ao abismo, dizendo que nem ele nem a morte conhecem a sabedoria, apesar de terem ouvido falar dela. Nos lembramos aqui que Satanás (que poderia personificar Abaddon, o abismo, cf Ap. 9:11) e seus anjos, os maiores agentes da morte, ouviram a verdadeira sabedoria em primeira mão, antes de serem expulsos do céu devido à rebelião. E enfatiza, porém, que somente Deus conhece todos os caminhos, inclusive o da morte (v. 23). Jesus é o único que experimentou até hoje a morte eterna e a venceu.

Deus está acima de tudo e vê todos os cantos deste universo em expansão. Ele mede e pesa aspectos da natureza em um equilíbrio perfeito, apesar das mutações e destruições originadas em Satanás. Deus "olhou para a sabedoria e a declarou boa; Ele a confirmou e a testou" (v. 27, NIV). Finalmente, Jó alcança a plena compreensão de sua fé: "Eis que o temor do Senhor é sabedoria e o apartar-se do mal é entendimento" (v. 28).

Querido Deus,
Queremos possuir a fé de Moisés e de Jó. Queremos respeitá-lo e obedecê-lo, afastando-nos do mal, por causa da admiração e amor que temos por Ti. Sabemos que isso é a verdadeira sabedoria e entendimento. Em nome de Jesus oramos. Amém.

Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul
Traduzido e adaptado por JAQ/JDS

Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/job/28/

Texto bíblico: Jó 28


terça-feira, 23 de julho de 2013

Jó 27 - comentários

Este capítulo pode ser dividido em três partes distintas. Na primeira (v. 1-6), Jó afirma sua integridade e determinação de permanecer fiel até o fim. Na segunda (v. 7-12), ele censura seus inimigos. Na terceira (v. 13-23), considera novamente o modo como Deus trata os ímpios e admite a punição e a destruição final deles. Este discurso toma a forma de uma série de provérbios que Jó cita, um após o outro (CBASD, vol. 3, p. 639).

 

1 discurso. Do heb. mashal [...] O termo sugere uma nova tendência nas palavras de Jó. As palavras combativas e carregadas de emoção estão dando lugar a uma expressão calculada de opiniões que são fruto de grande reflexão (ver a repetição do termo em Jó 29:1) (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

2 Tão certo como vive Deus. Este é o único lugar em que Jó recorre a um juramento. Diante da solenidade da ocasião, ao exortar pela última vez os amigos, Jó acha que é apropriado iniciar suas observações com um apelo a Deus como sua testemunha [...] Tamanha é a confiança que Jó tem de sua sinceridade, que ele se sente livre para apelar ao Deus que, conforme sua visão humana, o tem tratado como se ele fosse culpado (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

amargurou a minha alma. Tornou minha vida miserável (Andrews Study Bible).

 

3. sopro. Heb. ruach [...] "vento" (Jó 26:13) e [...] o próprio princípio que anima a vida (Ec 3:19) (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

4 injustiça. Os amigos de Jó tentaram extrair dele uma confissão de culpa. Jó não só permanece firme na consciência de sua integridade, mas faz um compromisso decidido de lealdade futura. A despeito da pressão e da tradição, Jó está determinado a ser honesto (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

5 que eu vos dê razão. Os amigos de Jó afirmaram resolutamente que ele era culpado de algum pecado. Em linguagem forte, Jó se recusa a admitir que eles tivessem razão. Algumas pessoas, sob coerção, confessam faltas que não cometeram. Jó se recusou firmemente a fazer isso (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

6 à minha justiça me apegarei. Uma pessoa pode perder propriedades, famílias, amigos, saúde; mas ainda pode ter uma infalível fonte de consolo: a consciência limpa (ver At 23:1; 24:16; 1Co 4:3,4; 2Tm 1:3; 1Jo 3:21) (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

9 tribulação. A hipocrisia consciente e a constante impiedade separam a pessoa de Deus e, freqüentemente, tornam impossível que Ele atenda as orações. Os amigos de Jó fizeram declarações semelhantes, aplicando-as a ele (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

10 invocará a Deus em todo o tempo? O ímpio ora apenas em ocasiões extraordinárias; não habitualmente. Ele permite que suas ocupações interrompam o tempo destinado à oração, negligencia a devoção particular pelo menor pretexto e logo acaba abandonando-a por completo (CBASD, vol. 3, p. 640).

 

18 traça.Um símbolo da fragilidade, impotência e decomposição (CBASD, vol. 3, p. 641).

 

choça. Frágil habitação, feita para a época da vindima ou da ceifa, que se desfaz ao ser abandonada, no fim do serviço (Bíblia Shedd).

 

19 já não a vê. O homem acorda e se vê arruinado ou na mão de assassinos, ou então acorda e descobre que sua riqueza se foi (CBASD, vol. 3, p. 640).

23 batem palmas. O ímpio é objeto de zombaria (CBASD, vol. 3, p. 641).

Jó 27

Comentário devocional:


Jó continua sua resposta a seus amigos mostrando o que realmente importa: A vida santificada por amor a Deus. O verso 1 dá a entender que ele faz uma ligeira pausa e seus amigos ficam em silêncio por um momento. E, recorrendo a um juramento ("Tão certo como vive Deus”, NVI: “Pelo Deus vivo”), Jó assegura firmemente que não será falso e mentiroso em admitir culpa daquilo que ele não cometeu, mesmo sob pressão e coerção de seus amigos e da tradição apresentada por eles. Jó se recusa firmemente a admitir que seus amigos tivessem razão. Ele diz: “não me reprova a minha consciência por qualquer dia da minha vida.” (v. 6b). Jó não se arrepende da maneira como viveu. Esta é a postura consistente daquele que viveu uma vida de comunhão com Deus. No entanto, o que se sabe sobre o destino dos ímpios, também virá para os inimigos de Jó, que o tratam injustamente (v. 7). Que esperança haverá para a pessoa que brinca de religião, mas mente e rouba, quando Deus lhe tirar a vida? (v. 8). "Ouvirá Deus o seu clamor quando vier sobre ele a aflição?" (V. 9, NVI). Jó sabe que esse crente falso não possui uma fé que permanece em todas os momentos e situações. Será que esse crente acha que a sua religião dele é apenas um acessório que pode ser colocado e tirado quando quiser? Jó explica a seus amigos humanistas e seculares, baseado em seu relacionamento de fé: "Eu os instruirei sobre o poder de Deus; não esconderei de vocês os caminhos do Todo-poderoso" (v. 11, NVI). Jó os fará lembrar aquilo que eles já haviam visto, mas ainda não tinham aprendido (v. 12). Mesmo após a queda, podemos ver que Deus continua ativamente envolvido em manter e suster Sua criação. Os argumentos dos versos restantes (13-23) não se harmonizam com o que Jó havia sustentado anteriormente. Alguns estudiosos pensam que a partir deste ponto Zofar interrompe a Jó e fala sobre o castigo que um homem mau receberá de Deus. Outros argumentam, de maneira mais consistente, que Jó mostra aos seus ímpios amigos que, por suas palavras, terão o destino que haviam pronunciado contra si mesmos: a. Se seus descendentes aumentarem, eles enfrentarão a espada, a fome e a epidemia (v. 14,15); b. Suas viúvas não chorarão por seus filhos [estará também morta] (v. 15), e. Se ajuntarem muito dinheiro e roupa, quem se aproveitará deles serão os justos e inocentes (v. 16-17), f. Se construírem mansões, vilas e fazendas, mesmo com todas as medidas de segurança, estas não são seguras. (São "como casulo de traça, como cabana feita pela sentinela" v. 18, NVI); g. Se enriquecerem, suas riquezas desaparecerão num momento acordará pobre (v. 19); h. Experimentarão grande insegurança "pavores vêm sobre ele” (v. 20, NVI); i O seco vento que vem do deserto, ao leste [simbolizando as ações de Deus], secará toda a vida e os varrerá de seu lugar. Os abaterá enquanto fogem (v. 21,22). n. Servirão de zombaria ("palmas” e “assobios " (v. 23). Seja qual for a interpretação correta, este capítulo nos mostra que nossa única segurança não está em muitos bens, riqueza, poder ou numerosa família. Somente em uma consciência tranquila, como a de Jó, advinda de uma vida de comunhão com Deus. Querido Deus, Queremos permanecer firmes, a despeito das tempestades do inimigo sobre nós, tendo a certeza que Tu estás nos segurando firmemente pela mão. O caminho dos ímpios não é o nosso caminho porque Te amamos e desejamos seguir a Ti. Amém. Koot van Wyk Kyungpook National University Sangju, Coreia do Sul
Traduzido e adaptado por JDS/JAQ


Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/Jó/27/


Texto bíblico: Jó 27

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Jó 26 - comentários

Aqui começa o longo discurso de Jó, que termina no cap. 31. Neste discurso, após descartar rapidamente o último discurso de Bildade, Jó passa a explicar seus pontos de vista. Ele fala, em primeiro lugar, do poder e da majestade de Deus (Jó 26:5-14); depois, lida com as questões que dizem a respeito a sua própria integridade e à forma como Deus trata os seres humanos. Ele admite que, no final, a retribuição sobrevém aos ímpios (Jó 27). No cap. 28, depois de prestar um merecido tributo à inteligência e à engenhosidade do ser humano no que respeita às coisas terrenas, Jó diz que o mundo espiritual e os princípios do governo divino são para ele inescrutáveis [...] Finalmente, após dar uma descrição de sua antiga vida próspera (cap. 29), em contraste com sua vida desditosa atual (cap. 30), ele conclui com uma declaração de sua integridade nos vários deveres e obrigações da vida (cap. 31) (CBASD, vol. 3, p. 636).

Jó responde ao discurso de Bildade, mas realmente considera sua contribuição sem utilidade e, mesmo, fora de propósito, pois o Jó nunca havia negado a grandeza e a majestade de Deus e, agora, passa a dar sua visão do poder insondável de Deus (Bíblia Shedd).

2-4 Como sabes ajudar [...]! As palavras de Jó são sarcásticas, pois Bildade não contribuíra com nenhuma luz às considerações de Jó, feitas no cap. 4 (Bíblia Shedd).
[...] série de exclamações e perguntas objetivam revelar a fraca lógica do discurso de Bildade (CBASD, vol. 3, p. 636).

4 de quem é o espírito [...]? Jó questiona: de onde procede a sua autoridade? Certamente, não havia evidências da inspiração divina (CBASD, vol. 3, p. 636).

5 A alma dos mortos. No original não há a palavra "alma". A frase diz: "os mortos". [...] O contexto de Jó 26:5 sugere que a referência é aos mortos. Bildade enfatizou a soberania de Deus nos céus. Jó acrescenta que o poder de Deus se estende até aos habitantes do she'ol (ver v. 6) (CBASD, vol. 3, p. 637).

6 além. Do heb. she'ol, um lugar figurativo onde os mortos são descritos como se estivessem juntos (ver Is 14:9, 10) (CBASD, vol. 3, p. 637).
o abismo. Do heb. 'abaddon. Um substantivo empregado paralelamente a she'ol e que o retrata como um lugar de ruína e destruição. A palavra ocorre seis vezes no AT (Jó 26:6; 28:22; 31:12;Sl 88:11; Pv 15:11; 27:20; cf Ap 9:11) (CBASD, vol. 3, p. 637).

7 faz pairar a terra sobre o nada. As lindas fotos coloridas tiradas pela Apolo 10 dão realce empolgante a esta doutrina (Bíblia Shedd).
Em vez de visualizar a Terra como se repousasse sobre colunas, como criam os alguns antigos, sua concepção era a de ser ela sustentada pelo poder do Deus que ele adorava (CBASD, vol. 3, p. 637).

8-14 A grandeza do universo visível, a sabedoria e o poder de Deus revelados na sua criação, não se comparam com a glória de tudo o que o olhar humano nem sequer pode sondar (Bíblia Shedd).

8 Prende as águas. A metáfora é provavelmente extraída dos odres de água tão conhecidos no antigo Oriente, e especialmente na Arábia, para o armazenamentp deste líquido. Esses odres podiam se romper com o peso do conteúdo, mas as nuvens podiam conter grandes quantidades de água sem tais riscos (ver Jó 38:37; Pv 30:4) (CBASD, vol. 3, p. 637).

"Uma tempestade comum contém cerca de 100 mil toneladas de água. Imagine 100 mil toneladas de água flutuando no céu! Toda essa água está simplesmente ali, sem cair ou 'rasgar' a nuvem. (Richard Gunther, em Bíblia Evangelismo em Ação NVI Vida).

9 Enconde a face do Seu trono. Isto é, ele cobra Seu trono de nuvens. O significado desta declaração pode ser de que Deus Se oculta aos sentimentos físicos do ser humano. Deus acha por bem manter Sua comunhão com as pessoas em nível espiritual, em vez de em nível sensorial. Embora as nuvens possam esconder Seu trono da visão humana (ver 1Rs 8:12; Sl 18:11; 97:2), este existe, e um dia os redimidos o verão (Ap 22:1-1) (CBASD, vol. 3, p. 637).

10 Traçou um círculo. A referência parece ser a forma do horizonte, que tem a aparência de um círculo e parece ser traçado com um compasso (CBASD, vol. 3, p. 638).

13 sopro. Do heb. ruach, que também pode ser traduzido como "espírito" ou "vento", como em dezenas de casos no AT. O contexto precisa determinar a escolha do significado.

Jó 26

Comentário devocional:

Jó responde a seus amigos com desânimo. Eles falharam em demonstrar misericórdia e compaixão para com alguém que estava sofrendo (vv. 2-4).


O versículo seguinte parece ser um escárnio da abordagem teológica egípcia expressa por seus interlocutores. Jó lhes pergunta: "Por que vocês continuam pensando sobre os deuses e as voz sagrada que leva os homens para longe sob as águas? Quando os homens ouvem isso, eles tremem "(v. 5, ** tradução do original pelo autor). Jó quer saber os detalhes da origem desta teologia egípcia do que acontece aos mortos após a morte. Não há monstros à espreita no Nilo celeste tentando roubar as almas dos falecidos da voz sagrada do [Deus Sól] Ra enquanto, à meia-noite, ele viaja e atravessa os doze portões que dão acesso à sala de julgamento de Osíris, o juiz dos mortos.


"O submundo [sheol] está aberto diante de Deus e o local da destruição não lhe é encoberto" (v. 6, **). Não é verdade que Satanás vive confortavelmente e protegido do poder de Deus. A palavra Satanás vem do hebraico Abaddon e do grego Apollyon, que significa destruição e destruidor. Apocalipse 9:11 indica que Satanás é "rei" sobre todo o mal.


Jó lembra a seus amigos que “Deus estendeu os céus” e as estrelas na Criação e “suspendeu a terra sobre o nada” (Jó 26:7 e Gênesis 1:1-2). Essa frase mostra que Jó não acreditava que a Terra era sustentada sobre pilares, como alguns criam.


Jó continua e diz que Deus encontrou uma maneira de segurar a chuva em uma nuvem e mante-la alí por um tempo antes da água voltar para a terra em forma de chuva (v. 8). Deus cobre a Sua glória em Seu trono (v. 9, **). "Traça o horizonte sobre a superfície das águas para servir de limite entre a luz e as trevas" (v. 10, NVI). "As estruturas dos céus se espantam diante da sua repreensão" (v. 11, **). "Pelo seu poder Ele acalma as águas e perfura o monstro no mar. Pelo Seu poder Ele enfeita o céu (vv. 12-13, **).


No céu, os anjos ficaram admirados com os atos criativos de Deus e suas palavras faladas na criação. No final dos tempos, Deus vai manifestar o mesmo poder que Ele demonstrou na criação. "E isso tudo é apenas a borda de suas obras! Um suave sussurro é o que ouvimos dele. Mas quem poderá compreender o trovão do seu poder?" (v. 14, NVI). Moisés e Jó tinham uma visão bíblica dos eventos finais, com a erradicação definitiva de todos os males e o raiar de uma nova terra.


Querido Deus,
Cremos na erradicação final de Satanás e seus anjos. Sabemos que os grandes eventos finais da história deste mundo estão perto de ocorrer. Ajude-nos a permanecer firmes ao Teu lado. Amem.


Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul
Traduzido e adaptado por JDS

Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/job/26/

Texto bíblico: Jó 26

domingo, 21 de julho de 2013

Jó 25 - comentários

Esta curta resposta de Bildade encerra o que os três amigos de Jó tinham a dizer, pois Zofar não tenta responder. O discurso parece ser o esforço elaborado de alguém que sentia a necessidade de dizer algo, mas não sabia como refutar a linha argumentativa de Jó. Longe de aceitar o desafio de Jó e de lidar com a dificuldade envolvida na prosperidade dos ímpios, Bildade evita completamente o assunto e se limita a tocar brevemente em dois velhos e surrados temas: o poder de Deus e a pecaminosidade universal do ser humano. Ele não lança nova luz sobre nenhum desses temas. Repete em grande parte o que Elifaz já havia dito em discursos anteriores (ver Jó 4:17; 15:14) (CBASD, vol. 3, p. 635).

2 o domínio. Jó reconhecera plenamente a sabedoria de Deus (Jó 23:13). Contudo, Bildade podia fazer estas declarações facilmente porque não estava passando por uma experiência de sofrimento. Jó estava passando por um teste pessoal de sua confiança em Deus (CBASD, vol. 3, p. 635).

4-6 As novas provas pedidas por Jó (24.25) não foram alistadas (Bíblia Shedd).

4 Como, pois, seria justo[...]? Nem Bildade, nem seus amigos, nem Jó podiam responder a esta pergunta. Somente no tempo do evangelho é que os seres humanos receberam plena elucidação do princípio da justificação pela fé (ver Rm 3:23-25; Cl 1:25-27) (CBASD, vol. 3, p. 635).

5 não tem brilho. Bildade acredita que tanto a lua quanto as estrelas são imperfeitas quando contrastadas com Deus, o criador delas. Se assim é, quão pequeno deve parecer o homem! O que Bildade não sabia é que o ser humano, a despeito de sua fragilidade, é infinitamente mais precioso aos olhos de Deus do que as obras inanimadas da criação (CBASD, vol. 3, p. 635).

6. que é verme. Ver Jó 7:5. Estas palavras têm o objetivo de humilhar a Jó e de impressioná-lo com sua pequenez. Jó precisava ser encorajado, não ser conscientizado de sua fraqueza. Dessa forma, os amigos terminam sua defesa da tradição: falando de vermes! Em seu zelo por defender uma ideia, falharam em compreender a Deus e em solidarizar-se com o amigo que sofria (CBASD, vol. 3, p. 635).

Jó 25

Comentário devocional:

Bildade retorna à fala sem responder aos argumentos de Jó nem trazer nada de novo. Ele acerta em destacar a posição elevada de Deus, tanto em poder como em santidade e pureza (v 2,3). Também acerta em afirmar que o homem, por si só, não pode alcançar justiça e pureza diante de Deus (v. 4). Mas erra ao afirmar que o homem é somente como vermes e larvas (v.6) [destacando o que afinal sobra do homem após sua vida].
Um enfoque exagerado na grandeza e soberania de Deus pode levar a um equívoco bíblico a respeito da posição do homem. Biblicamente os fiéis são "filhos e filhas de Deus", "escritos nas palmas das mãos", "a menina dos seus olhos" e defini-los como "vermes e larvas" está fora de sintonia com o conceito elevado da humanidade perante Deus.

Bildade mostra uma visão teológica incorreta ao demonstrar não entender corretamente a mensagem  de esperança e restauração dada aos primitivos pais em Gên 3:15. Tampouco compreende o valor que o homem tem aos olhos de Deus. Somente após a vida de ministério de Jesus estas afirmações equivocadas de Bildade puderam ser refutadas com maior clareza.

Jó, porém, tinha um relacionamento com Deus que o permitia manter sua esperança num Salvador e no seu valor perante o Eterno. Ele só não sabia como este conhecimento prático e real se encaixava com seu quadro atual de sofrimento.
 

Querido Deus,
Os seres humanos são a coroa de sua criação, vermes de desgraça por causa de Adão, mas são Teus filhos por causa de Sua aceitação de Cristo, o segundo Adão. Obrigado por isso. Amém.
 

Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul
Livremente adaptado por JAQ/JDS


Texto original em: http://revivedbyhisword.org/en/bible/job/25/

Texto bíblico: Jó 25

sábado, 20 de julho de 2013

Jó 24 - comentários

2 os limites. Ou, "os marcos de divisa" (NTLH). [...] Nos lugares onde propriedades vizinhas não eram divididas por cercas de qualquer tipo, como no antigo Oriente em geral, a única forma de distinguir entre a terra de um homem e de outro era por meio de pequenas pedras colocadas a intervalos da linha de divisa. Uma forma fácil de roubo era deslocar esses marcos, colocando-os mais para dentro da terra do vizinho (CBASD, vol. 3, p. 632).

3 órfão. Ver 1Sm 12:3. Deus deu regulamentos destinados a reprimir a tendência natural dos egoístas de não tratar com bondade os órfãos e as viúvas (ver Êx 22:22; Dt 24:17; 27:19; Sl 94:6; Is 1:23; 10:2; Jr 5:28; Zc 7:10). O jumento do órfão e o boi da viúva estavam entre as mais valiosas posses desses desafortunados (CBASD, vol. 3, p. 632, 633).

5 como asnos monteses no deserto. Oprimidos e necessitados que eram banidos da sociedade e obrigados a procurar substitstência precária como a do jumento selvagem no deserto (CBASD, vol. 3, p. 633).

6 rabiscam. Rebuscam as últimas uvas, apesar de a Lei exigir que os restos da vindima sejam deixados para os pobres (Bíblia Shedd).

9 orfãozinhos são arrancados. Esta é uma referência ao costume cruel de tomar crianças como escravas a fim de saldar a dívida do pai (ver Ne 5:5; cf 2Rs 4:7) (CBASD, vol. 3, p. 632).
Das viúvas roubam-se até as criancinhas para serem vendidas e entregues à escravidão e, como escravas, trabalham com os gêneros alimentícios dos opressores, sem, entretanto, ter o direito de prová-los, 10, 11 (Bíblia Shedd).

12 desde as cidades. O clamor dos oprimidos emerge não só dos desertos e das fazendas, mas também das cidades. O objeto de Jó era mostrar, em oposição à crença errônea de seus amigos, que Deus não pune imediatamente todo ato mau nem recompensa toda boa obra. Muitas vezes, há um longo tempo até que o vício seja punido e a virtude, recompensada. Portanto, o caráter de alguém não pode ser julgado por sua prosperidade ou adversidade. Aqui se encontrava a falha básica na filosofia dos supostos amigos de Jó (CBASD, vol. 3, p. 633).

13 inimigos da luz. Este versículo inicia uma nova seção, que abrange os v. 13 a 17 e trata de assassinos, adúlteros e ladrões. Esse tipo de iniquidade floresce na escuridão. Seus adeptos são "inimigos da luz" – não só a luz do dia, mas também a luz da razão, da consciência e da lei. Não possuem qualquer restrição moral (CBASD, vol. 3, p. 633).

16 minam as casas. Antigamente o roubo das casas era feito desta forma. As janelas eram poucas e ficavam muito altas na parede. As portas eram fortemente trancadas com ferrolhos e barras, mas as paredes, por serem feitas de barro, entulho ou tijolos secos ao sol, eram fracas e podiam ser facilmente rompidas (ver Ez 12:5, 12) (CBASD, vol. 3, p. 633).

17 sombra da morte. Ou, "profunda escuridão". Quando a profunda escuridão da noite se inicia, essas pessoas começam seu trabalho. A chegada da noite é para elas o que o amanhecer é para outros (CBASD, vol. 3, p. 634).

18 maldita é a porção. Isto é, seu modo de vida, seu modo de ganhar a vida, é abominável (CBASD, vol. 3, p. 634).

Já não andam pelo caminho das vinhas. Suas vinhas não produzirão. Eles tem vivido da pilhagem e não merecem ganhar sua subsistência por meio das vinhas(CBASD, vol. 3, p. 634).

20 A estéril. A opressão de uma estéril indicava extrema crueldade. A mulher estéril era especialmente vítima indefesa da pressão porque não tinha filho para defender seus direitos. A esterilidade era considerada como resultado de algum pecado e do desprazer divino(CBASD, vol. 3, p. 634).

24 São exaltados por breve tempo. Esta é a conclusão de Jó com respeito à maneira como Deus trata os ímpios. Seus amigos afirmam que estes são punidos nesta vida por seus pecados e que grandes crimes logo atrairiam grandes calamidades. Jó nega isso e diz que o fato é que os perversos são exaltados. Contudo, ele sabe que chegará o tempo em que eles receberão a recompensa de seus maus atos. Jó afirma, porém, que a morte deles pode ser tranquila e fácil e que talvez nenhuma prova extraordinária do desprazer divino acompanhe sua partida (CBASD, vol. 3, p. 634).

25 Jó termina seu discurso apelando para seus amigos provarem o contrário daquilo que dissera; não está interessado em ganhar o debate; só quer descobrir a verdade sobre os problemas que o afligem (Bíblia Shedd).

Jó 24

Comentário devocional:

Jó deseja levar seus três amigos ao cerne da questão: este mundo e seus eventos não durarão para sempre; os maus serão destruídos nos últimos dias; não importa o sucesso que possam alcançar na vida. Resumidamente, este é o tema do capítulo.
 

Jó começa o capítulo perguntando porque Deus não estabelece períodos de julgamento e retribuição. Por que aqueles que conhecem e amam a Deus não poderiam ver esses julgamentos em seus próprios dias?  Por que eles devem ver todo o sofrimento? (v. 1).
 

Então Jó identifica o ímpio, numa lista extensa e bem detalhada: São eles quem removem fronteiras [grileiros] (v. 2); roubam os rebanhos e os tomam para si (v. 2), levam o jumento do órfão (v. 3), tomam o único boi da viúva em penhor (v. 3), fazem com que os pobres tenham de sair da estrada e se esconder em busca de segurança (v. 4).

Jó, a seguir, descreve os efeitos da opressão realizada pelos ímpios, através da geografia do sofrimento dos necessitados e oprimidos: Nos lugares ermos como asnos selvagens à procura de pão (v. 5), no campo, tentando, em vão, achar algo deixado quando da colheita nos campos e vinhas do ímpio (v. 6); sem roupa e sem cobertores, sofrem pelo frio, não tendo onde se abrigar (v. 7-8), tendo os seus próprios filhos arrancados de seu peito como penhor (v. 9), e, para sobreviverem e por conta de suas dívidas com o perverso, são forçados a, vestidos de andrajos, trabalhar pesado, carregando feixes de cereais (v. 10), espremendo azeite e uvas, mas sofrendo de fome e sede (v 10, 11).
 

Jó se revolta com esta condição social de exploração e sofrimento, relatando os gemidos e clamor dos feridos e oprimidos, desejando que Deus interrompa logo esta situação, dando aos ímpios a sua paga (v. 12).
 

Moisés, o escritor, podia bem identificar-se com esta acusação de Jó contra os ímpios e o sofrimento dos oprimidos, especialmente quando ele, enquanto relata a história de Jó, se lembra de seus parentes, amigos e demais hebreus tão oprimidos após a morte de José. 
As más ações dos ímpios nos dias de sofrimento dos hebreus no Egito eram as mesmas que aconteciam nos dias de Jó.
 

A vida dos ímpios não possui dimensão espiritual. Eles “são inimigos da luz" e não reconhecem os caminhos de Deus (v. 13). Eles roubam, assassinam em plena luz do dia, e matam os pobres (v. 14). O adúltero usa o crepúsculo da noite para cobrir seus pecados (v. 15). Eles invadem casas (v. 16), e se escondem de dia porque nada tem a ver com a luz  (v. 17).
 

Após descrever a atuação dos perversos (v 13-17), Jó relembra a teoria do castigo imediato sustentada pelos seus amigos (v 18-21), e diz que (v. 22-24), na realidade, as coisas não ocorrem desta maneira, pois Deus permite que eles sejam “exaltados por breve tempo”, mas serão, ao final, colhidos, como todos, pela morte, como são cortadas as pontas das espigas (v. 24)
 

Jó descreve a atuação  dos ímpios, mas destaca que o poder deles é passageiro, restritos a uma vida, deixando implícita a idéia de julgamento e retribuição divinas posteriores. Ele termina sua exposição desafiando seus amigos a desmenti-lo ou a mostrar a invalidade de seus argumentos; se alguém acha que ele é um mentiroso, que prove que ele está errado (v. 25).

Querido Deus,
Nós também vivemos nesse ambiente hostil cercado por todos os tipos de maldade. Proteja-nos neste dia com a Sua graça sustentadora. Amém.


Koot van Wyk
Kyungpook National University
Sangju, Coreia do Sul

Trad/Adap GASQ/JAQ/JDS


Texto bíblico: Jó 24