Comentário devocional:
Elifaz vê as respostas de Jó
como "ciência de vento" (v. 2). Elas se chocam com a experiência de
Elifaz, que baseia o seu conhecimento em evidências da vida. Ele considera que
a fala de Jó é "conversa inútil e sem valor" (v. 3). Para Elifaz as
respostas são encontradas dentro dos limites da existência e, portanto, Jó está
demonstrando desrespeito pela tradição (v. 4). Elifaz acredita que, se você é
bom, Deus lhe abençoa e se você é ruim, Deus lhe castiga. Como coisas ruins
aconteceram com Jó, ele deveria estar cheio de "culpa" e
"astúcia" (v. 5).
De acordo com Elifaz, a
valiosa tradição dos seres humanos deve ser considerada (v. 7). Jó não é o
"primeiro homem" nascido e nem foi criado antes das colinas terem
sido feitas. Assim, ele deve ouvir a maioria e não achar que somente ele possui
sabedoria (v. 8). A experiência comum a todos os seres humanos pode explicar a
situação de Jó (v. 9). Então Elifaz, acrescenta:"o que você sabe que nós
não sabemos?" Nosso conhecimento não é a experiência de um só homem, mas
"Temos do nosso lado homens de cabelos brancos, muito mais velhos que o
seu pai" (v. 10).
O que Elifaz não entende é
que alguém que está ligado a Deus e Seus planos está em contraste gritante com aquele
que se limita apenas ao pensamento terreno. Pensadores cristãos corretamente
concluem que quando uma pessoa se "liberta" da Bíblia o seu quadro de
compreensão acerca da realidade diminui. Jó pergunta aos seus três amigos, por
que seus "olhos brilham", quando sentem que o apanharam com suas
perguntas e respostas (v. 12).
Ninguém pode afirmar ser
puro sobre a terra, diz Elifaz: "ninguém nascido de mulher é justo"
(V. 14). Mas Cristo era justo. Ele é a nossa justiça. Esta experiência de
receber a justiça de Cristo, experimentada por Jó, Elifaz não consegue
entender. Em certo sentido, Elifaz é um porta-voz de Lúcifer, ao dizer que Deus
não confia em ninguém - a mesma acusação de Lúcifer contra Deus durante a
rebelião no Céu (v. 15-16). Uma segunda acusação contra Deus se segue: "E
nem os céus são puros aos Seus olhos". Esta alegação é contrária a Gênesis
1-2 e está mais próxima de Gênesis 3 e da serpente.
Elifaz fala a Jó baseado na
tradição (v. 17 - 19). Na contramão do sucesso está o homem mau (o que inclui a
Jó, é claro). "Todos os dias de um homem perverso estão cheios de dor e
luto" (v. 20). "Só ouve ruídos aterrorizantes; quando se sente em
paz, ladrões o atacam" (v. 21). Os ímpios estão destinados à espada e não
têm pão (vv. 22-23). A visão de Elifaz sobre o envolvimento de Deus com este
mundo é de punição. Deus envia o sofrimento e a angústia para assustar os maus.
Como um guerreiro, o homem quer resistir a Deus e acrescenta ao peso do seu
pecado um estilo de vida descuidado (vv. 25-27). Cidades serão destruídas e se
tornarão ruínas. Ele não ficará rico, mas ainda assim ele não se afastará da
escuridão. Os ímpios sofrerão e perderão tudo. E isso, de acordo com Elifaz,
inclui a Jó (vv. 30-33).
Querido Deus,
Ajude-nos a não
depositarmos a nossa confiança apenas naquilo que vemos ao nosso redor, mas no
Alto, de onde vem toda a nossa ajuda. Guarde-nos em segurança em Seu coração
antes que dias de sofrimento surjam em nosso caminho. Amém.
Koot van Wyk
Universidade Nacional
Kyungpook
Good!
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