1 naquela noite o rei
não conseguiu dormir. Se o capítulo 4 marca a vida pessoal de Ester, o
capítulo 6 marca o ponto de virada da história inteira (Andrews Study Bible).
O rei decidiu rever a história de seu reino e seus servos
leram para ele sobre a boa ação de Mordecai. Isto pode parecer coincidência,
mas Deus está sempre trabalhando. Deus tem estado trabalhando quieta e
pacientemente em sua vida do mesmo modo. Os eventos que ocorrem ao mesmo tempo
para o bem não são coincidência; eles são o resultado do controle soberano de Deus sobre a vida das pessoas (Life Application Study Bible).
Literalmente, “o sono do rei fugiu.” Talvez ele estivesse
tentando adivinhar qual seria o pedido de Ester. Uma vez ela havia se apressado
a dar informações surpreendentes a Assuero (2.21,22). Não é provável, também, que naquela ocasião,
também, Ester tenha se contentado em esperar uma convocação real; o assunto era
urgente. À medida que as horas da noite passavam, a curiosidade e a imaginação
do rei inventavam todos os tipos de possíveis conspirações contra sua vida.
Para refrescar sua memória do incidente, e talvez com medo de que alguns dos
conspiradores tivessem escapado, o rei pediu que se fizesse a leitura do
registro. Além disso, o fato de que Ester havia convidado Hamã indicava
fortemente que ele estava envolvido de alguma forma – como amigo ou inimigo, o
rei não poderia saber. Não é de se estranhar que o rei não conseguisse dormir (CBASD, vol. 3, p. 532).
Esse versículo marca o centro literário da narrativa. Quando
tudo parecia tenebroso em absoluto, uma série de aparentes insignificantes
coincidências marcam o ponto crucial que começa a apresentar soluções à
história. A insônia do rei, seu pedido para ouvir a leitura dos registros
históricos, a abertura no trecho que relata a lealdade de Mardoqueu no passado,
a obra barulhenta de carpintaria de Hamã logo de madrugada (5.14), sua entrada
repentina no pátio do palácio e sua pressuposição de ser ele o homem a quem o
rei desejava honrar – tudo isso testemunha da soberania de Deus sobre todos os
acontecimentos da narrativa. As circunstâncias que pareciam meramente
secundárias passam a assumir relevância fundamental. Assim como na história de
José (Gn 41.1-45), o destino do herói é revertido pelo fato de o sono do
monarca ter sido perturbado (cf Dn 2:1; 6.18 (Bíblia de Estudo NVI Vida).
2 foi lido. Nessa ocasião,
o escriba estava lendo registros históricos de acontecimentos de cinco anos
antes (cp 3.7 com 2.16) (Bíblia de Estudo
NVI Vida).
Provavelmente, o próprio rei não podia ler. É mais provável
que servos especiais foram designados para a tarefa de leitura. Naqueles dias,
a escrita e a leitura eram artes altamente especializadas, e somente aqueles
que dedicavam seu tempo a elas poderiam se tornar proficientes(CBASD, vol. 3, p. 532).
3 honras. Havia
entre os persas um ordem chamada “ordem dos benfeitores do rei”, constituída
por indivíduos que prestaram algum serviço excepcional ao rei, os quais
passaram a ser sobejamente recompensados. Mordecai, tendo denunciado uma conspiração
contra o rei, deveria ter sido enquadrado naquele grupo, mas não foi (Bíblia Shedd).
5 Nem Hamã poderia entrar sem o convite do rei (4.11) (Bíblia Shedd).
6 De novo, fica evidente a ironia: assim como Hamã deixara
de revelar ao rei a identidade de “certo povo” (3.8), também o rei deixa de
mencionar a Hamã a identidade do “homem que o rei tem prazer de honrar” (v. 6)
(Bíblia de Estudo NVI Vida).
8 uma roupa do próprio
rei. Na antiguidade, atribuía-se muito sentido das vestes reais; vestir as
roupas do rei era sinal de grande favor concedido (1Sm 18.4). Usar vestes de
outra pessoa era participar de seu poder, de sua estatura, de sua honra ou de
sua santidade (2Rs 2.13,14; Is 61.3,10; Zc 3; Mc 5.27). A sugestão de Hamã,
além de ser grande honraria para o contemplado, também bajulava bastante o rei;
escolheu-se envergar uma veste dele em vez de suas riquezas (Bíblia de Estudo NVI Vida).
Que o rei costuma usar.
Ou, “o rei vestiu”. Usar uma peça de roupa anteriormente usada pelo rei, em
circunstâncias normais, era uma violação da lei persa punível com a morte. Isto
sugeriria que o portador pensava assumir a autoridade real. O rei, é claro,
poderia autorizar uma exceção como uma indicação especial de favor pessoal (CBASD, vol. 3, p. 535).
10-13 Mordecai expôs um complô para assassinar Assuero –
portanto ele salvou a vida do rei (2.21-23). Apesar do seu bom ato estar
registrado no livro históricos, Mordecai não tinha sido recompensado. Mas Deus
estava guardando a recompensa de Mordecai para o momento certo. Exatamente
quando Hamã estava para enforcar Mordecai injustamente, o rei estava pronto
para dar a recompensa. A despeito das promessas de Deus em recompensar nossas
boas ações, nós às vezes sentimos que nossa “retribuição” está demorando
demais. Sejamos pacientes. Deus sabe quando Ele fará o melhor para nós (Life Application Study Bible).
10 apressa-te. O
rei não admite demora em um assunto que já esperou tempo demais (CBASD, vol. 3, p. 536).
o judeu Mordecai.
A nacionalidade e ocupação de Mordecai foram, sem dúvida, anotadas no Livro das
Crônicas de onde o servo tinha lido naquela noite, e a partir delas o rei soube
dos fatos que, então, declarava. Ele pode ter usado a expressão exata que
encontrou no relato (CBASD, vol. 3,
p. 535).
10,11 O arrogante Hamã teve que conduzir seu arquiinimigo
montado no cavalo real e proclamar a apreciação real sobre Mordecai. O orgulho
leva à destruição mesmo que leve um longo tempo (Andrews Study Bible).
12 voltou.
Mordecai coltou à sua antiga condição e ao emprego. O rei considerou a honra
assim demonstrada a Mordecai uma recompensa suficiente. Do ponto de vista
oriental, isto seria de valor mais simbólico e prático do que uma recompensa em
dinheiro (CBASD, vol. 3, p. 535).
cabeça coberta. Um
sinal de tristeza [luto, CBASD. Ver 2Sm
15:30] e vergonha (2Sm 15:30; Jer
13:3) (Andrews Study Bible).
14 Um dos grande propósitos do autor é mostrar que aquele
que põe um laço para a vida de seu vizinho está em grave perigo de ele mesmo
cair na armadilha. As pessoas muitas vezes encontram os mesmos males que
procuraram infligir a outros (ver Mt 7:2) (CBASD,
vol. 3, p. 536).