1. Elifaz. Suas declarações são mais profundas que as de seus companheiros. [...] Ele resume, com grande clareza, a atitude geral que prevalecia em seus dias acerca da relação entre sofrimento e pecado. Há certa dose de verdade no discurso de Elifaz. Ele revela um discernimento perspicaz, mas lhe falta calor humano e simpatia, e erra completamente ao avaliar a situação de Jó. Elifaz é um exemplo de como pessoas sinceras, que deixam de compreender a Deus e Sua atitude para com o ser humano, podem lidar de maneira ineficiente com verdades profundas (CBASD, vol. 3, p. 567).
Elifaz afirmava que recebera conhecimento secreto através de uma revelação especial de Deus (v.12-16) e que ele tinha aprendido muito de sua experiência pessoal (v.8). Ele argumentou que o sofrimento é resultado direto do pecado e que, portanto, se Jó confessasse seu pecado seu sofrimento teria fim. Elifaz via o sofrimento como punição de Deus, que devia ser bem recebido a fim de trazer de volta a pessoa a Deus. Em alguns casos, certamente, isto é verdade (Gál. 6:7,8), mas este não era o caso de Jó. Embora Elifaz fizesse comentários bons e verdadeiros, ele fez três suposições equivocadas: (1) uma pessoa boa e inocente nunca sofre; (2) aqueles que sofrrem estão sendo punido por seus pecados; e (3) Jó, por estar sofrendo, havia feito algo de errado aos olhos de Deus (Life Application Study Bible).
Elifaz [...] e os outros dois acreditavam que aquele excessivo sofrimento era uma consequência do seu [de Jó] pecado e evidência dele. [...] De acordo com essa filosofia, bastava que ele confessasse o seu pecado, e tudo voltaria ao normal e o sol tornaria a brilhar no seu caminho (Comentário Devocional VT - FBMeyer).
O problema dos amigos não se achava tanto no que sabiam, mas, sim, no que não sabiam (Bíblia de Estudo NVI Vida).
Temã era uma cidade comercial, conhecida como um lugar de sabedoria (ver Jer 49:7) (Life Application Study Bible).
2 Elifaz supõe que sua palestra vá ofender a Jó, e, portanto, pede desculpas de antemão (Bíblia Shedd).
5 Elifaz acha que Jó não tinha gabarito de viver à altura das lições que havia dado a outras pessoas que tinham caído na desgraça (Bíblia Shedd).
7,8 O que Elifaz disse era em parte verdadeiro e em parte falso. É verdadeiro que aqueles que promovem pecado e confusão eventualmente serão punidos; é falso que qualquer um que for bom e inocente nunca irá sofrer. Todo o material registrado e citado na Bíblia está alí por escolha de Deus. Parte dele é registro do que as pessoas disseram e fizeram mas não é um exemplo a se seguir. Os pecados, os defeitos, os maus pensamentos e concepções errôneas acerca de Deus são parte da Palavra inspirada de Deus, mas não devemos seguir estes exemplos errôneos somente porque estão na Bíblia. A Bíblia nos traz ensinamentos e exemplos que deveremos fazer assim como aquilo que não deveremos fazer. Os comentários de Elifaz são um exemplo do que devemos evitar - fazer suposições falsas sobre outros baseado em nossa própria experiência (Life Application Study Bible).
12,13 Apesar de Elifaz declarar que sua visão tinha inspiração divina, é questionável se ela realmente viera de Deus porque mais tarde Deus mesmo criticou Elifaz por representá-Lo erradamente (42.7). Seja qual for a origem da visão, ela é resumida em 4:17. Aparentemente, a declaração é completamente verdadeira - um mero mortal não pode tentar questionar os motivos e atos de Deus. Elifaz, contudo, tomou este pensamento e o expandiu, expressando suas próprias opiniões. Sua conclusão (5:8) revela seu entendimento superficial de Jó e de seu soffrimento. É facil que professores, conselheiros e amigos bem intencionados comecem com uma porção da verdade de Deus e, então, errem o alvo (orig: go off on a tangent). Não limite Deus à sua perspectiva e entendimento finito da vida (Life Application Study Bible).
12-21 Aqui, notamos que Elifaz é um místico. No seu debate, depende muito da sua experiência pessoal; fala do que aprendeu em visões e sonhos (Bíblia Shedd).
18, 19 Os anjos realmente cometem erros? Lembre-se de que foi Elifaz quem disse isso e não Deus. Portanto deveríamos ser cuidadosos em construir conhecimento a respeito do mundo espiritual a partir das opiniões de Elifaz (Life Application Study Bible).[NT: Note que o comentarista não está afirmando nem que a frase é correta nem que não é. Apenas que a palavra de Eifaz não é suficiente para construirmos teologias sobre ela ].
Very good!
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