Trad JAQ - Rev GASQ/JDS
Israel devia ser um povo distinto. Devia evitar as lamentações dos pagãos (1,2) e os alimentos imundos (3-21). Sua consagração também precisava ser demonstrada com os dízimos que viessem a dar (22-29) (Bíblia Shedd).
1 não vos dareis golpes [não vos cortareis, NKJV] Práticas pagãs proibidas de lamentação por luto (ver tb Lev. 19:27-28; comparar 1Reis 18:28 - práticas de luto pela morte mítica de Baal para encorajar o seu retorno) (Andrews Study Bible).
Comparar com o costume dos adoradores de Baal (1Rs 18:28) (CBASD*, vol 1).
3 coisa alguma abominável. Ver Lev. 11:2-23. A declaração se refere a coisas "abomináveis" por razões sanitárias, higiênicas ou de outra ordem. Comparar com as declarações do apóstolo Paulo (1Tm 4:4; Rm 14:14). Os princípios cristãos devem nortear o comer e o beber (CBASD, vol 1).
7 a lebre e o arganaz Só aparentemente é que podem ser considerados ruminantes, pois na verdade não o são. Mas a aparência é que interessava, cf. Lev 11.5 e 6 (Bíblia Shedd).
11 toda ave limpa Como a pomba, a perdiz e a codorniz e supostamente outras (Lv 11:13-19) (CBASD, vol 1).
14 todo corvo Ver Lv. 11:15. A mesma palavra heb. que Noé soltou da arca (Gn 8:7) e da ave que alimentou o profeta Elias (1Rs 17:4, 6). A palavra provém da raiz "ser negro" (CBASD, vol 1).
20 ave Literalmente, coisa que voam". Não é uma repetição do v. 11, que trata de pássaros, mas uma referência a insetos limpos, como algumas espécies de gafanhotos, considerados iguaria em algumas regiões orientais mesmo atualmente (ver Lv 11:21, 22) (CBASD, vol 1).
21 estrangeiro Um estrangeiro incircunciso que não praticou idolatria e que foi permitido viver entre os hebreus. estranho Isto é, o estranho que está de passagem por razões comerciais ou por outro propósito, que não havia se estabelecido permanentemente entre os hebreus (CBASD, vol 1).
21 no leite da sua própria mãe Era um costume cerimonial dos cananeus, e por isso foi proibido. Além disso era uma violência à compaixão, para se satisfazer a gulodice [tb em Êx. 23:19; 34:26] (Bíblia Shedd).
23 perante o Senhor... comerás Continuação do tópico de alimentação. De acordo com Num. 18, os israelitas deveriam dar um dízimo (um décimo do produto agrícola) para sustento dos levitas, que deveriam dar um dízimo do seu dízimo aos sacerdotes (Num 18:21, 24, 26-28). Deut. 14:22-27 orienta os israelitas a dar (outro) dízimo [quando o Senhor os tivesse especialmente abençoado, v.24] para celebrar no santuário com o Senhor, suas famílias e levitas de suas cidades (ver tb. 12:17-19). Contudo, ao final de cada terceiro ano, eles deveriam dar o dízimo deste ano para pessoas desfavorecidas, incluindo levitas, em suas cidades natais (14:28-29) (Andrews Study Bible).
no lugar O povo iria ao lugar escolhido por Deus para os serviços e as festas religiosas. Comeriam juntos, como família, em comunhão perante do Senhor. Essas ocasiões eram designadas para promover a vida religiosa. Várias lições era ensinadas, como a necessidade de ofertar conscientemente para propósitos religiosos e práticos, a caridade ao necessitado (Lv 7:15), a comunhão sagrada diante do Senhor e o fortalecimento dos laços familiares. os dízimos do teu cereal Não pode se referir ao primeiro dízimo entregue aos levitas, visto que o povo comum não podia participar dele, apenas os sacerdotes (CBASD, vol 1).
24 comprido demais Se uma família vivesse longe do santuário ou se as estradas fossem ruins de modo que se tornasse difícil transportar o dízimo em espécie, então as disposições dos versículos seguintes deveriam ser seguidas. Neles, é apresentado um plano prático que permitiria os adoradores chegarem ao santuário sem perda de bens de fácil decomposição (CBASD, vol 1).
26 o que deseja A necessidade de suprir os adoradores que vinham de longe com artigos necessários para a festa fez com que se instalasse um mercado na área do templo em jerusalém. Os sacerdotes de mentalidade mundana logo tiraram vantagem dessa situação e a converteram numa fonte de lucro pessoal (ver Jr 6:13; 23:11) bebida forte O "vinho" e a bebida forte mencionados nestes versículos eram fermentados [heb. yayin. Em oposição a shekar, bebida não fermentada ou diluída, Nm 28:7]. No passado, muitas vezes Deus relevou a ignorância que motivava práticas que Ele não aprova. Mas, finalmente chega a hora quando Deus "notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (At 17:30). Então, os que persistem no erro, a despeito de conselhos e advertências, não mais tem desculpa de seu pecado" (Jo 15:22). Antes disso, não tinham pecado e Deus não os considerava responsáveis mesmo que suas ações estivessem longe de ser ideais. Sua longanimidade se estende a todos mesmo os que "não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Como Paulo, que perseguiu a igreja "na ignorância, na incredulidade", eles podem obter misericórdia (1 Tm 1:13). Deus tolerou que os israelitas tivessem escravos, mas os protegia contra injustiças (Êx. 21:16, 20). Mesmo na igreja cristã, a escravidão não foi abolida de imediato, mas os senhores eram instruídos a tratar bem seus escravos (Ef 6:9; Cl 4:1). Do mesmo modo, Deus nunca aprovou o divórcio e a poligamia. "Não foi assim desde o princípio" (Mt 19:8). Deus, porém, tolerou isso por certo tempo e deu instruções designadas a salvaguardar os direitos das mulheres, para diminuir o sofrimento que resultavas dessas práticas e proteger o casamento de abusos maiores (Êx 21:7-11; Dt 21:10-17). ... O mesmo pode ser dito sobre o vinho e a bebida forte. Nenhum era estritamente proibido, exceto para quem desempenhava tarefas religiosas e também para os que se ocupavam na administração da justiça (Lv 10:9; Pv 31:4,5). O mal do "vinho" e da "bebida forte" foi claramente assinalado, e o povo foi aconselhado a se abster dessas bebidas (Pv 20:1; 23:29-33). Uma maldição foi pronunciada sobre os que incitassem outros a beber (Hc 2:15). Paulo afirma: "Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" e seu uso não pode ser considerado um meio de glorificar a Deus (1Co 6:19, 20; 10:31).Paulo abandonou o uso de tudo o que era prejudicial ao corpo (1Co 9:27). Não há desculpa para o argumento de que não há nada de errado em usar bebida alcoólica, alegando-se que Deus uma vez permitiu isso. ... A Bíblia adverte que "os bêbados" não herdarão o reino de Deus" (1Co 6:10) (CBASD, vol 1).
* Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, Casa Publicadora Brasileira, 2011.