quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Primeiro Mártir Cristão

Estêvão, o principal dos sete diáconos, era homem de profunda piedade e grande fé. Posto que judeu de nascimento, falava a língua grega e estava familiarizado com os usos e costumes dos gregos. Achou, portanto, oportunidade de pregar o evangelho na sinagoga dos judeus gregos. Era muito ativo na causa de Cristo e com ousadia proclamava sua fé.

Vendo os sacerdotes e príncipes o poder que acompanhava a pregação de Estêvão, encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem às provas que ele apresentava, resolveram fazer silenciar sua voz, matando-o.

Como não conseguiram os sacerdotes e príncipes prevalecer contra a sabedoria de Estêvão, clara e calma, decidiram fazer dele uma lição. Enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua crença.

Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para responder à acusação de blasfêmia, um santo brilho resplandeceu em seu rosto, e “todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”. Atos dos Apóstolos 6:15. Muitos que contemplaram essa luz tremeram e velaram o rosto, mas a calejada incredulidade e o preconceito dos príncipes não se abalaram.

Sendo interrogado quanto à verdade das acusações contra ele feitas, Estêvão começou sua defesa com voz clara, penetrante, que repercutia pelo recinto do conselho. Com palavras que mantinham a assembléia atenta, prosseguiu ele relatando a história do povo escolhido de Deus.

Quando estabeleceu conexão entre Cristo e as profecias, e falou, como fizera, a respeito do templo, o sacerdote, pretendendo estar tomado de horror, rasgou as vestes. Para Estêvão, esse ato foi um sinal de que sua voz logo seria silenciada para sempre. Viu a resistência que encontraram suas palavras, e compreendeu que estava a dar seu último testemunho. Embora ainda estivesse no meio de seu sermão, concluiu-o abruptamente.

A essa altura, sacerdotes e príncipes ficaram fora de si, de cólera. Agindo mais como feras rapinantes do que como seres humanos, precipitaram-se sobre Estêvão, rangendo os dentes. 

Para ele, o temor da morte desaparecera. Para ele, os coléricos sacerdotes e a turba irada não ofereciam terror. O quadro que diante dele estava se desvaneceu de sua vista. Para ele, as portas do Céu estavam abertas, e, olhando por elas, viu a glória da corte de Deus, e Cristo, em pé como que Se havendo levantado de Seu trono precisamente então, para dar auxílio a Seu servo. Com palavras de triunfo Estêvão exclamou: “Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Atos dos Apóstolos 7:56.

Descrevendo ele as gloriosas cenas que estava a contemplar, seus perseguidores não o suportaram mais. Tapando os ouvidos para não ouvir suas palavras, e dando altos brados, com fúria correram unânimes sobre ele e o expulsaram da cidade. “E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espí- rito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. Atos dos Apóstolos 7:59, 60.

O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos os que o presenciaram. A lembrança da aprovação de Deus em sua face; suas palavras que tocaram o coração dos que as ouviram, permaneceram na mente dos espectadores e testificaram da verdade do que ele havia proclamado. Sua morte foi uma rude prova para a igreja, mas resultou na convicção de Saulo, que não pôde apagar de sua memória a fé e constância do mártir e a glória que lhe resplandeceu no rosto.

Depois da morte de Estêvão, Saulo foi eleito membro do conselho do Sinédrio, em consideração à parte que desempenhara naquela ocasião. Durante algum tempo, foi um instrumento poderoso nas mãos de Satanás para promover sua rebelião contra o Filho de Deus. Logo, porém, esse implacável perseguidor deveria ser empregado em edificar a igreja que, então, tentava destruir. Alguém mais poderoso que Satanás escolhera Saulo para tomar o lugar do martirizado Estêvão, a fim de pregar e sofrer pelo Seu nome e propagar extensamente as novas da salvação por meio de Seu sangue. Atos dos Apóstolos, cap. 8.


Resumo: Tatiana W

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