Estêvão, o principal dos sete diáconos, era homem de profunda
piedade e grande fé. Posto que judeu de nascimento, falava a língua
grega e estava familiarizado com os usos e costumes dos gregos.
Achou, portanto, oportunidade de pregar o evangelho na sinagoga
dos judeus gregos. Era muito ativo na causa de Cristo e com ousadia
proclamava sua fé.
Vendo os sacerdotes e príncipes o poder que acompanhava a
pregação de Estêvão, encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem
às provas que ele apresentava, resolveram fazer silenciar sua
voz, matando-o.
Como não conseguiram os sacerdotes e príncipes prevalecer contra
a sabedoria de Estêvão, clara e calma, decidiram fazer dele uma
lição. Enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua crença.
Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para responder
à acusação de blasfêmia, um santo brilho resplandeceu em
seu rosto, e “todos os que estavam assentados no conselho, fixando
os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”. Atos
dos Apóstolos 6:15. Muitos que contemplaram essa luz tremeram e
velaram o rosto, mas a calejada incredulidade e o preconceito dos
príncipes não se abalaram.
Sendo interrogado quanto à verdade das acusações contra ele
feitas, Estêvão começou sua defesa com voz clara, penetrante, que
repercutia pelo recinto do conselho. Com palavras que mantinham
a assembléia atenta, prosseguiu ele relatando a história do povo
escolhido de Deus.
Quando estabeleceu conexão entre Cristo e as profecias, e falou,
como fizera, a respeito do templo, o sacerdote, pretendendo estar tomado
de horror, rasgou as vestes. Para Estêvão, esse ato foi um sinal
de que sua voz logo seria silenciada para sempre. Viu a resistência
que encontraram suas palavras, e compreendeu que estava a dar seu
último testemunho. Embora ainda estivesse no meio de seu sermão,
concluiu-o abruptamente.
A essa altura, sacerdotes e príncipes ficaram fora de si, de cólera.
Agindo mais como feras rapinantes do que como seres humanos, precipitaram-se sobre Estêvão, rangendo os dentes.
Para
ele, o temor da morte desaparecera. Para ele, os coléricos sacerdotes
e a turba irada não ofereciam terror. O quadro que diante dele estava
se desvaneceu de sua vista. Para ele, as portas do Céu estavam
abertas, e, olhando por elas, viu a glória da corte de Deus, e Cristo,
em pé como que Se havendo levantado de Seu trono precisamente
então, para dar auxílio a Seu servo. Com palavras de triunfo Estêvão
exclamou: “Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que
está em pé à mão direita de Deus”. Atos dos Apóstolos 7:56.
Descrevendo ele as gloriosas cenas que estava a contemplar,
seus perseguidores não o suportaram mais. Tapando os ouvidos para
não ouvir suas palavras, e dando altos brados, com fúria correram
unânimes sobre ele e o expulsaram da cidade. “E apedrejaram a
Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espí-
rito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não
lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. Atos dos
Apóstolos 7:59, 60.
O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos os
que o presenciaram. A lembrança da aprovação de Deus em sua face;
suas palavras que tocaram o coração dos que as ouviram, permaneceram
na mente dos espectadores e testificaram da verdade do que
ele havia proclamado. Sua morte foi uma rude prova para a igreja,
mas resultou na convicção de Saulo, que não pôde apagar de sua
memória a fé e constância do mártir e a glória que lhe resplandeceu
no rosto.
Depois da morte de Estêvão, Saulo foi eleito membro do conselho
do Sinédrio, em consideração à parte que desempenhara naquela
ocasião. Durante algum tempo, foi um instrumento poderoso nas
mãos de Satanás para promover sua rebelião contra o Filho de Deus.
Logo, porém, esse implacável perseguidor deveria ser empregado em
edificar a igreja que, então, tentava destruir. Alguém mais poderoso
que Satanás escolhera Saulo para tomar o lugar do martirizado Estêvão, a fim de pregar e sofrer pelo Seu nome e propagar extensamente
as novas da salvação por meio de Seu sangue. Atos dos Apóstolos, cap. 8.
Resumo: Tatiana W
Resumo: Tatiana W
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