terça-feira, 29 de maio de 2012

Gênesis 43 - terça, 29.05.2012 - comentado



1 A fome persistia gravíssima na terra.
2 Tendo eles acabado de consumir o cereal que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento.
3 Mas Judá lhe respondeu: Fortemente nos protestou o homem, dizendo: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco.
4 Se resolveres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos mantimento;
5 se, porém, não o enviares, não desceremos; pois o homem nos disse: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco.
6 Disse-lhes Israel: Por que me fizestes esse mal, dando a saber àquele homem que tínheis outro irmão?
7 Responderam eles: O homem nos perguntou particularmente por nós e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes outro irmão? Respondemos-lhe segundo as suas palavras. Acaso, poderíamos adivinhar que haveria de dizer: Trazei vosso irmão?
8 Com isto disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e nos levantaremos e iremos; para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhinhos.
9 Eu serei responsável por ele, da minha mão o requererás; se eu to não trouxer e não to puser à presença, serei culpado para contigo para sempre.
10 Se não nos tivéssemos demorado já estaríamos, com certeza, de volta segunda vez.
11 Respondeu-lhes Israel, seu pai: Se é tal, fazei, pois, isto: tomai do mais precioso desta terra nos sacos para o mantimento e levai de presente a esse homem: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, arômatas e mirra, nozes de pistácia e amêndoas;
12 levai também dinheiro em dobro; e o dinheiro restituído na boca dos sacos de cereal, tornai a levá-lo convosco; pode bem ser que fosse engano.
13 Levai também vosso irmão, levantai-vos e voltai àquele homem.
14 Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia perante o homem, para que vos restitua o vosso outro irmão e deixe vir Benjamim. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei.
15 Tomaram, pois, os homens os presentes, o dinheiro em dobro e a Benjamim; levantaram-se, desceram ao Egito e se apresentaram perante José.
16 Vendo José a Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva estes homens para casa, mata reses e prepara tudo; pois estes homens comerão comigo ao meio-dia.
17 Fez ele como José lhe ordenara e levou os homens para a casa de José.
18 Os homens tiveram medo, porque foram levados à casa de José; e diziam: É por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos sacos de cereal, para nos acusar e arremeter contra nós, escravizar-nos e tomar nossos jumentos.
19 E se chegaram ao mordomo da casa de José, e lhe falaram à porta,
20 e disseram: Ai! Senhor meu, já uma vez descemos a comprar mantimento;
21 quando chegamos à estalagem, abrindo os sacos de cereal, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do saco de cereal, nosso dinheiro intacto; tornamos a trazê-lo conosco.
22 Trouxemos também outro dinheiro conosco, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos sacos de cereal.
23 Ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos deu tesouro nos sacos de cereal; o vosso dinheiro me chegou a mim. E lhes trouxe fora a Simeão.
24 Depois, levou o mordomo aqueles homens à casa de José e lhes deu água, e eles lavaram os pés; também deu ração aos seus jumentos.
25 Então, prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; pois ouviram que ali haviam de comer.
26 Chegando José a casa, trouxeram-lhe para dentro o presente que tinham em mãos; e prostraram-se perante ele até à terra.
27 Ele lhes perguntou pelo seu bem-estar e disse: Vosso pai, o ancião de quem me falastes, vai bem? Ainda vive?
28 Responderam: Vai bem o teu servo, nosso pai vive ainda; e abaixaram a cabeça e prostraram-se.
29 Levantando José os olhos, viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: É este o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? E acrescentou: Deus te conceda graça, meu filho.
30 José se apressou e procurou onde chorar, porque se movera no seu íntimo, para com seu irmão; entrou na câmara e chorou ali.
31 Depois, lavou o rosto e saiu; conteve-se e disse: Servi a refeição.
32 Serviram-lhe a ele à parte, e a eles também à parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque aos egípcios não lhes era lícito comer pão com os hebreus, porquanto é isso abominação para os egípcios.
33 E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura e o mais novo segundo a sua menoridade; disto os homens se maravilhavam entre si.
34 Então, lhes apresentou as porções que estavam diante dele; a porção de Benjamim era cinco vezes mais do que a de qualquer deles. E eles beberam e se regalaram com ele.


Texto de hoje do Blog da Bíblia (http://revivedbyhisword.org/en/bible/gen/43/ ):
O drama continua. Jacob não quer enviar Benjamim ao Egito. Vemos também evidências de mudança nos irmãos. Eles se simpatizam com Jacó e parecem agora apoiar Benjamin como sendo o filho predileto. Talvez numa tentativa de aplacar a consciência culpada, Rúben se oferece para ser responsável pela segurança de Benjamin, dizendo a Jacó que ele pode matar seus "dois filhos" se ele não voltar com Benjamin, são e salvo (Gen. 42:37). Talvez Rúben ainda esteja tentando também recuperar o favor de seu pai.

A necessidade de sobrevivência, no entanto, finalmente força Jacó a ceder. Depois de Jacó recrimina seus filhos pela perda de um dos irmãos, Judá intervém. Judá, o antagonista, agora começa a se tornar Judá, o herói. Ele se faz como garantia a Jacó da segurança de Benjamin. Este não é o mesmo Judá que vimos em Gen. 37, tramando para ganhar poder na família.

O drama agora se torna mais denso quando Benjamin entra no Egito com seus irmãos. José agora testa os irmãos por ciúme contra Benjamin, dando-lhe mais presentes, porções maiores de comida, etc. Nenhuma reação indicadora de ciúme irrompe. Eles podem se alegrar com José, sem saber quem ele é.


Stephen Bauer
Professor de Teologia e Ética
Universidade Adventista do Sul
Collegedale, Tennessee, EUA





Comentários bíblicos selecionados:
14 A oração de Jacó ecoa uma oração anterior (32:10-11). Deus, o "Poderoso" (17:1, 28:3; 35:11; 48:3; 49:25) e capaz, não somente de dar filhos à estéril, mas também proteger Seu filho (Andrews Study Bible).


15-23 Na chegada de Benjamim ao Egito, José o reconhece e prepara uma festa. Por causa da superamistosa recepção, os irmãos de José suspeitam de algo (v. 18) e, consequentemente, decidem relatar o achado de seu dinheiro. Ele passam pelo teste anterior (42:26-28) e relatam ao mordomo de José o incidente com o dinheiro devolvido (Andrews Study Bible).


24-25 José dá a eles a tradicional saudação oriental, que inclui lavar os pés, prover comida para seus animais e troca de presentes (18:4; 19:2; 24:32; Lucas 7:44) (Andrews Study Bible).


26-31 Importante diálogo entre José e seus irmãos, que não suspeitavam de nada. Tocado pelas boas novas a respeito de seu bem amado pai e pelo encontro com Benjamim, José se retira e chora. se movera no íntimo. A mesma expressão é utilizada para descrever os sentimentos de uma mãe por seu filho moribundo (1 Rs. 3:26) (Andrews Study Bible).


32-34 A ordem dos assentos dos irmãos deveria dar a eles uma pista da identidade de José. Apesar de Benjamim receber porções cinco vezes maior que a de seus irmãos, nenhuma inveja é notada, satisfazendo, portanto, outro teste. A aversão dos egípcios em comer com estrangeiros (v. 32) é bem conhecida de fontes clássicas (p. ex., Heródoto, Strabo). Outra abominação aos egípcios envolvia o pastoreio (46:34). Canaanitas eram considerados bárbaros e incivilizados (Andrews Study Bible).



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